segunda-feira, 16 de junho de 2008

Um pouco sobre a organização na Catequese

Um pouco sobre a organização na CatequeseNo passado a eucaristia normalmente não era celebração da vida, nem uma ação realmente comunitária. Era mais um ato isolado em si, de pessoas que não estiveram vivencialmente ligadas entre si. Num ambiente impregnado pelo sacralismo, onde havia uma consciência forte de obrigatoriedade de determinados atos religiosos, com o apoio da família e da sociedade, muitos eram firmes em sua obrigação de assistir à missa. Evidentemente, onde não havia padres e quando não eram eram dadas as condições indicadas, o catolicismo era menos marcado pela eucaristia e mais pelas devoções populares. Hoje, sobretudo nas grandes cidades, falta, quase geralmente, o apoio da família e da sociedade. Se o indivíduo não está inserido numa comunidade viva e se ele não tem a visão da eucaristia como celebração da vida, em geral a missa não tem muito sentido para ele. A televisão, o esporte e outros divertimentos lhe dizem, então, mais. Como o batismo para quase todos, assim também a primeira comunhão para muitos, tem ainda um valor religioso, embora dominem frequentemente motivos de cunho mais social. Em todo caso, esta motivação não é suficiente para uma vivência constante da eucaristia como ponto culminante e fonte de força da vida cristã. Falta a base de fé e vivência. Faz-se ainda a primeira comunhão, mas ela não é ponto de partida, e sim somente ponto de chegada, um tipo de formatura religiosa que não têm conseqüências práticas numa vida à qual deveria ter iniciado. Parece que assim podemos compreender a situação que encontramos normalmente em nossas paróquias e grandes comunidades: um número relativamente grande de crianças faz a primeira comunhão; mas no domingo seguinte, poucas destas crianças voltam à igreja, à missa, à mesa do Senhor. A perseverança na adolescência e juventude é mínima. Quem não entra num grupo de perseverança, num grupo de adolescentes ou de jovens, na maioria das vezes nem dá o passo sacramental ulterior que seria o sacramento da confirmação. [...] Falando geralmente de criaças que se preparam para a primeira comunhão, não excluímos candidatos adolescentes, jovens ou adultos. Via de regra vale tudo que se diz para todos eles; se não, pode facilmente ser adaptado à situação diferente destes grupos. AS CAUSAS Agora não consideraremos mais as causas históricas que levaram à situação descrita. Limitamo-nos às causas imediatas que encontramos na ação pastoral hoje.a. Várias causas mais aparentes A preparação para a primeira comunhão se faz em nossas grandes comunidades, normalmente em grupos de crianças que são confiados a catequistas. As crianças reúnem-se semanalmente e recebem em geral, durante o ano letivo, aulas de catequese. Observa-se um grande esforço de dinamizar estas reuniões e de torná-las interessantes. Cria-se lugar para atividades não apenas intelectuais, mas também de outro tipo, como desenho, canto, jograis. Procura-se também a ligação entre fé e vida, partindo da vida da criança e levando-a a uma vivência dos compromissos batismais que serão renovados na celebração da primeira comunhão.Igualmente dá-se valor à dimensão comunitária da vida cristã. E esta procura-se viver particularmente no grupo que se está preparando, às vezes também junto com outros grupos iguais ou semelhantes da mesma comunidade. Normalmente Jesus Cristo é colocado no centro desta iniciação como aquele de quem a criança se aproxima e a quem ela quer melhor conhecer e mais amar. Em geral dá-se um lugar central também à Bíblia que ensina os Mistérios de Cristo e da Igreja e que orienta para uma vida cristã. No entanto, raramente deixa-se bastante claro e explícito que a eucaristia, para a qual o grupo se prepara, é o ponto culminante de celebração da fé e da vida. Nos subsídios de preparação para a primeira comunhão que temos à disposição (de cerca de 30 autores) quase nunca encontramos aquela dimensão na qual insistiu o Concílio Vaticano II, no artigo 10 da sua Constituição sobre a Sagrada Liturgia: "A liturgia é o cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, é a fonte de onde emana toda a sua força". b. Duas causas mais profundas Constatamos que na preparação para a primeira comunhão faltam, em geral, as verdadeiras celebrações. Uma verdadeira iniciação à celebração, no entanto, se faz celebrando. Encontramos às vezes roteiros para "celebrações". Mas são antes jograis e reflexões comunitárias. Elas ficam normalmente em palavras. Faltam gestos e ritos. Não há festividade. O objetivo parece ser transmissão de idéias, não celebração do Mistério de Cristo e da vida humana. É verdade que as liturgias das nossas comunidades são freqüentemente deste tipo. Mas como estas não são atraentes para os adultos, menos ainda as crianças podem se entusiasmar por tais "celebrações" e nelas vibrar. Uma outra dificuldade, num processo de verdadeira integração na liturgia central da comunidade cristã, é o fato de que as celebrações para as crianças são às vezes infantis no sentido pejorativo da palavra. Elas são fechadas no ambiente das crianças e não levam à celebração da comunidade dos adultos. Elas bloqueiam mais do que abrem. A criança, que talvez ainda gosta de tais celebrações e se acostuma com elas, não se sentirá à vontade nas celebrações dos adultos que, para ela, são um outro mundo, ao qual assim não é introduzida. Na medidaem que a criança cresce ela não aceita mais as celebrações infantis e, não tendo acesso às dos adultos, desiste simplesmente. A falha mais grave, no entanto, no processo de iniciação parace ser que não há uma verdadeira introdução na comunidade eclesial. O grupo das crianças que se preparam para a primeira comunhão não é esta comunidade. Este grupo se dissolve. Ela pode ter uma certa continuidade em grupos de perseverança, de adolescentes e jovens, mas também estes não são a comunidade autêntica da qual fazem parte pessoas de todas as idades e camadas, em real convivência e comunhão também na liturgia. Fazem-se vários esforços para superar esta dificuldade. Já os catequistas podem ser vistos nesta perspectiva, pois eles são para as crianças os representantes da comunidade. As várias atividades dos membros e dos grupos da comunidade são oportunamente apresentadas às crianças. Elas participam de celbrações litúrgicas e de festas da comunidade. Às vezes são levadas a se comprometerem com os pobres da própria ou de outras comunidades. Tudo isso é mais fácil e mais eficiente quando os pais seus filhos. Por isso estes são convidados, pelo menos uma ou outra vez, durante o tempo de preparação dos filhos para a primeira comunhão, para receberem orientações dos catequistas e de outros agentes. Mas tudo isso não parece ser suficiente para uma introdução eficaz das crianças na vivência da comunidade eclesial, sobretudo quando a própria família não participa ativamente da vida da comunidade. Atividades deste gênero são cumpridas como uma obrigação, mas não se passa a uma identificação interior com a comunidade. A conseqüência é que a vida e a celebração desta vida, às quais a preparação para a primeira comunhão deveria iniciar, não são assumidas com perseverança.A ORGANIZAÇÃO NA CATEQUESEA organização na catequese supõe vários níveis de atuação, desde a menor das comunidades até o nível arquidiocesano, e mesmo, nacional. Passa também pela necessidade de pequenas ações que ajudam a estruturar todo o trabalho, de modo a colaborarmos com a graça de Deus que inspira a prática catequética. Em relação a isso, afirma o Diretório Geral para a Catequese (DGC) em seu número 272: "A coordenação da catequese é uma tarefa importante no âmbito de uma Igreja particular. Ela pode ser considerada:- no interior da própria catequese, entre as suas diversas formas, dirigidas às diferentes idades e ambientes sociais;- com referência aos laços que a catequese mantém com as outras formas do ministério da Palavra e com outras ações evangelizadoras.A coordenação da catequese não é um fato meramente estratégico, voltado para uma mais incisiva eficácia da ação evangelizadora, mas possui uma dimensão teológica de fundo. A ação evangelizadora deve ser bem coordenada porque ela visa à unidade da fé, a qual, por sua vez, sustenta todas as ações da Igreja".Não podemos perder de vista que a função de coordenar tem em vista a realização do Projeto de Deus, o serviço a Deus, feito na alegria, simplicidade, humildade e entusiasmo.Não podemos esquecer também que "a organização da pastoral catequética tem como ponto de referência o Bispo e a diocese. O Secretariado diocesano de catequese é "... o órgão através do qual o Bispo, chefe da Comunidade e mestre da doutrina, dirige e preside toda a atividade catequética realizada na diocese" (DGC 265).O coordenador da catequese deve formar sempre uma equipe de coordenação que busque atingir três processos:a) Animação: Esta equipe deverá criar condições para que todos participem do trabalho com seus esforços e conquistas. Animar significa "gerar vida". Um coordenador desanimado influência negativamente sobre o grupo. Não se pode um otimismo alienante, mas uma sadia e cristã visão da realidade, tendo me vista a busca do melhor para a comunidade. Entusiasmado significa "cheio de Deus"!b) Comunhão fraterna: Devemos incentivar o bom nível de relacionamento interpessoal no grupo de catequistas. A experiência de comunhão, torna-se sinal de conversão e caridade dentro da comunidade. Conviver com a diferença dos outros só traz enriquecimento, quando é partilhada de maneira construtiva e numa visão de fé.c) Mobilização: Vivenciamos o lema "a união faz a força", quando todos estão unidos pelo mesmo ideal, ainda que haja diferenças pessoais. Para que a comunidade se mobilize necessitamos de:q Organização: Planejar de forma participativa, com avaliações constantes.q Articulação: Todos os níveis devem estar articulados e a coordenação deve orientar e supervisionar os trabalhos, sempre na linha da co-responsabilidade.q Interação: Busca de um bom relacionamento entre toda a equipe.Algumas sugestões para a organização paroquial:a) Em relação à "secretaria":O Manter os dados em dia: catequistas, catequizandos, turmas, dados da Região do Setor e da Arquidiocese;O Organizar fichas para os catequistas, com informações importantes (data de nascimento, endereço, telefone, datas e/ou local de batismo, comunhão, crisma e matrimônio, se for o caso...)O O mesmo se diz em relação aos catequizandos;O Comunicar imediatamente a todos os catequistas, as informações recebidas, através de circular, quadro de avisos ou caderno de anotações;O Preencher e entregar, se possível, antes do prazo a informações que forem pedidas. Assim, evita-se o esquecimento e a possibilidade de perder o material;O Manter um quadro de avisos com informações úteis para a catequese, além do simpático mural de aniversariantes, mensagens, e outras criatividades que possam surgir.b) Em relação ao grupo de catequistas:O Formar uma equipe de coordenação em todos os níveis e em todas as comunidades catequéticas;O Animar o planejamento participativo, envolvendo todo o grupo de catequistas, sabendo ouvir críticas e sugestões e manifestando objetivos claros e bom conteúdo nas reuniões;O Zelar pela formação do grupo, atingindo também os auxiliares e catequistas de outros núcleos, e não só da Matriz!O Visitar e/ou fazer reuniões em outras comunidades, evitando que tudo seja centralizado apenas na Matriz. Há grupos que se sentem felizes em acolher os catequistas da comunidade. Aproveitemos estes momentos!O Realizar reuniões mensais com todos os coordenadores de catequese na paróquia, para assuntos gerais;O Incentivar os catequistas de grupos de catequese específicos para que se reúnam mensalmente para planejamento dos encontros;O Cuidar para que cada grupo trabalhe com o material da Arquidiocese e a programação feita pela comunidade;O Criar ambiente fraterno, alegre e responsável para que a convivência do grupo seja o maior testemunho de comunidade catequética.O Apresentar os catequistas ao sacerdote e afirmar constantemente que a catequese deve ser feita em união com as diretrizes arquidiocesanas e paroquiais;O Incentivar a participação de todos nos eventos regionais, setoriais e arquidiocesanos. Nunca deixar sua paróquia sem uma representação de catequistas.O Sugerir ao pároco que a comunidade custeie o estudo de alguns catequistas nas Escolas de especializadas de Catequese.c) Em relação à estrutura material:O A catequese precisa ao menos de uma "salinha" para o mínimo de estrutura de suas atividades;O Criar alternativas (rifas, festas, bingos,...) para que as comunidades possam adquirir o material didático necessário para o trabalho catequético;O Atualizar o quadro de avisos da catequese, sempre que for necessário;O Montar, uma "biblioteca da catequese", com doações ou compra de material, para que os catequistas possam encontrar subsídios para seu trabalho pastoral;O Criar materiais próprios da comunidade, aproveitando os talentos que Deus deu a pessoas da comunidade, mesmo que estas não sejam catequistas.Concluindo...Organizar o trabalho catequético exige muita capacidade de abnegação e alegre doação . E um dos grandes instrumentos da equipe de coordenação deve ser o diálogo amigo, verdadeiro e fraterno. Caminhar para a unidade da comunidade, respeitando a diversidade, exige que evitem rótulos preconceituosos, que se busque em conjunto o Reino de Deus, ainda que por caminhos diferentes."Um dos grandes meios que temos para nos comunicar, de encontrar o caminho de pessoa a pessoa é a palavra. A linguagem é a arma mais poderosa e mais eficiente que o homem possui. É com a palavra que nos comunicamos com o próximo. Uma palavra pode: agradar, ferir, convencer, estimular, entristecer, instruir, enganar, louvar, criticar ou aborrecer as pessoas a quem for dirigida. A linguagem é o instrumento essencial das relações humanas. Na comunicação entre as pessoas é tão importante quanto a enxada para o lavrador ou o torno para o mecânico. Se ela é tão importante, devemos cercá-la de todos os cuidados possíveis. Devemos nos esforçar para que nossas palavras pelo tom, oportunidade e adequação sejam e um meio de comunicação. Nunca estamos prontos e acabados. Conversão deve ser atitude constante do cristão e o outro nos ajuda a ver onde precisamos crescer. Diálogo na catequese não é só uma questão metodológica, ela deriva de um certo modo de compreender Deus e a vida. É um especialíssimo caminho de santidade." (Me. Maria Helena Cavalcanti) A FORMAÇÃO PARA O SERVIÇO DA CATEQUESE 1. Necessidade da formação catequéticaA formação dos catequistas é atualmente uma das tarefas mais urgentes de nossas comunidades, pois, "o catequista é de certo modo, o intérprete da Igreja junto aos catequizandos" (DCG 35)."Qualquer atividade pastoral que não conte para sua realização, com pessoas realmente formadas e preparadas, coloca em risco a sua qualidade" (DGC 234), portanto, é preciso contar com uma adequada pastoral de catequese que possa:· suscitar vocações para a catequese;· distribuir melhor os catequistas entre os diversos setores;· organizar a formação dos catequistas (de base e permanente);· atender pessoal e espiritualmente os catequistas e formar um grupo de catequistas integrado à vida da comunidade.O objetivo principal da formação do catequista é o de prepará-lo para comunicar a mensagem cristã, àqueles que desejam entregar-se a Jesus Cristo. A finalidade da formação requer, portanto, que o catequista se torne o mais capacitado possível a realizar sua missão. 2. Critérios para a formação do catequistaO Diretório Geral para a Catequese no nº 237, apresenta alguns critérios inspiradores para formação do catequista: · formar catequistas com fé profunda; clara identidade cristã e eclesial; profunda sensibilidade social · capazes de transmitir não apenas um ensinamento, mas também uma formação cristã integral, desenvolvendo "tarefas de iniciação, de educação e de ensinamento". São necessários catequistas que sejam ao mesmo tempo, mestres, educadores e testemunhas. · capazes de superar "tendências unilaterais divergentes" e de oferecer uma catequese plena e completa. Isto é, precisamos saber conjugar fé e vida, num sentido social e eclesial.· há também necessidade de se investir na formação específica para o leigo, grande maioria na catequese.· e, por último, o DGC aponta para a importância fundamental da formação pedagógica. "Seria muito difícil para o catequista improvisar, na sua ação, um estilo e uma sensibilidade para os quais não tivesse sido iniciado durante a sua própria formação." (DGC 237).3. Dimensão da formaçãoAlém dos critérios inspiradores, a formação do catequista possui as seguintes dimensões: SER, SABER E SABER FAZER."A mais profunda se refere ao próprio ser do catequista, à sua dimensão humana e cristã. A formação de fato deve ajudá-lo a amadurecer, antes de mais nada, como pessoa, como fiel e como apóstolo. Depois há o que o catequista deve saber para cumprir bem a sua tarefa. (...) Enfim há a dimensão do saber fazer, já que a catequese é um ato de comunicação. A formação tende a fazer do catequista um "educador do homem e da vida do homem" (DGC 238). O catequista precisa estar em contínua formação humana e cristã. Por isso, não bastam os cursinhos de início de ano. Estes são muito mais momentos de sensibilização para o trabalho catequético e não indicadores de que, ao participar destes encontros, o catequista esteja em condições de realizar bem a tarefa pastoral.1. Necessidade da formação catequéticaA formação dos catequistas é atualmente uma das tarefas mais urgentes de nossas comunidades, pois, "o catequista é de certo modo, o intérprete da Igreja junto aos catequizandos" (DCG 35)."Qualquer atividade pastoral que não conte para sua realização, com pessoas realmente formadas e preparadas, coloca em risco a sua qualidade" (DGC 234), portanto, é preciso contar com uma adequada pastoral de catequese que possa:· suscitar vocações para a catequese;· distribuir melhor os catequistas entre os diversos setores;· organizar a formação dos catequistas (de base e permanente);· atender pessoal e espiritualmente os catequistas e formar um grupo de catequistas integrado à vida da comunidade.O objetivo principal da formação do catequista é o de prepará-lo para comunicar a mensagem cristã, àqueles que desejam entregar-se a Jesus Cristo. A finalidade da formação requer, portanto, que o catequista se torne o mais capacitado possível a realizar sua missão. 2. Critérios para a formação do catequistaO Diretório Geral para a Catequese no nº 237, apresenta alguns critérios inspiradores para formação do catequista: · formar catequistas com fé profunda; clara identidade cristã e eclesial; profunda sensibilidade social · capazes de transmitir não apenas um ensinamento, mas também uma formação cristã integral, desenvolvendo "tarefas de iniciação, de educação e de ensinamento". São necessários catequistas que sejam ao mesmo tempo, mestres, educadores e testemunhas. · capazes de superar "tendências unilaterais divergentes" e de oferecer uma catequese plena e completa. Isto é, precisamos saber conjugar fé e vida, num sentido social e eclesial.· há também necessidade de se investir na formação específica para o leigo, grande maioria na catequese.· e, por último, o DGC aponta para a importância fundamental da formação pedagógica. "Seria muito difícil para o catequista improvisar, na sua ação, um estilo e uma sensibilidade para os quais não tivesse sido iniciado durante a sua própria formação." (DGC 237).3. Dimensão da formaçãoAlém dos critérios inspiradores, a formação do catequista possui as seguintes dimensões: SER, SABER E SABER FAZER."A mais profunda se refere ao próprio ser do catequista, à sua dimensão humana e cristã. A formação de fato deve ajudá-lo a amadurecer, antes de mais nada, como pessoa, como fiel e como apóstolo. Depois há o que o catequista deve saber para cumprir bem a sua tarefa. (...) Enfim há a dimensão do saber fazer, já que a catequese é um ato de comunicação. A formação tende a fazer do catequista um "educador do homem e da vida do homem" (DGC 238). O catequista precisa estar em contínua formação humana e cristã. Por isso, não bastam os cursinhos de início de ano. Estes são muito mais momentos de sensibilização para o trabalho catequético e não indicadores de que, ao participar destes encontros, o catequista esteja em condições de realizar bem a tarefa pastoral.A missão que o Catequista é chamado a realizar exige: a) intensa vida sacramental e espiritual;b) familiaridade com a oração;c) profunda admiração pela mensagem cristã;d) uma atitude de caridade, humildade e prudência que permita ao Espírito Santo realizar sua obra fecunda nos catequizandos. Sendo a catequese um processo permanente de educação da fé, também a formação do catequista deve ser permanente, pois o catequista terá sempre coisas para aprender em toda a sua vida. "Além de testemunha, o catequista deve ser mestre que ensina a fé. Uma formação bíblico-teológica lhe fornecerá um conhecimento orgânico da mensagem cristã articulada a partir do mistério central da fé, que é Jesus Cristo" (DGC 240).5. Conteúdos a serem aprofundadosO conteúdo desta formação doutrinal é exigido pelas diversas partes que compõem todo o projeto orgânico de catequese:v As três grandes etapas de história da salvação: Antigo Testamento, Vida de Jesus Cristo e História da Igreja;v Os grandes núcleos da mensagem cristã: Símbolo, Liturgia, Vida Moral e Oração.A Sagrada Escritura deverá ser como a alma desta formação e o Catecismo da Igreja Católica o ponto de referência doutrinal fundamental, juntamente com os materiais catequéticos publicados. Além disso, precisamos conhecer os documentos do Magistério da Igreja. A leitura e reflexão destes livros deverão estar sempre presentes na vida do catequista.Para uma formação integral, "é necessário que o catequista entre em contato, pelo menos, com alguns elementos fundamentais da psicologia (...) As ciências sociais procuram o conhecimento do contexto sócio-cultural em que o homem vive e pelo qual é fortemente influenciado" (DGC 242).Além destes conhecimentos, precisamos aprender alguns elementos da ciência da comunicação: dinâmicas de grupo, utilização dos recursos didáticos e meios audiovisuais e também aproveitar das riquezas da informática.Por fim, é importante que o catequista conheça o valor do planejamento, da avaliação e alguns princípios de metodologia.Como se vê, a formação do catequista é algo complexo e dinâmico. Precisamos de humildade e entusiasmo para aprender sempre. 6. Sugestões de atividades formativasNão podemos esquecer que a formação do catequista acontece, em primeiro lugar, na comunidade cristã. "É nesta que os catequistas experimentam a própria vocação e alimentam constantemente a própria sensibilidade apostólica"(DGC 246). Para isso o coordenador procurará...Ø ... motivar o grupo de catequistas para reuniões mensais de preparação dos encontros catequéticos. Deve-se ver o melhor dia e horário para cada grupo (catequese infantil, iniciação eucarística, perseverança, adultos, especial, ...), ainda que sejam em dias diferentes para cada grupo.Daí a necessidade de haver coordenadores específicos para cada grupo.Ø ... garantir um encontro anual para o "grupão" de catequistas se reunir e aprofundar algum tema necessário para a sua formação integral;Ø ... incentivar a participação dos catequistas em cursos da paróquia, ou em encontros formativos da região, setor e arquidiocese. Vamos aprender a trabalhar com representatividade? Se não der para enviar todos, insista para que, ao menos um catequista esteja presente nestes momentos e torne-se agente multiplicador na comunidade.Ø ... não esquecer dos auxiliares, que se preparam para ser catequistas: eles merecem uma atenção especial, a mesma qualidade de formação.Ø ... incentivar a participação dos catequistas na Escola da Fé Paroquial."Formar os formadores", esta deve ser uma meta constante da equipe de coordenação da catequese. Logo, a formação "possibilitará o crescimento do catequista no equilíbrio afetivo, no senso crítico, na unidade interior, na capacidade de relações e de diálogo, no espírito construtivo e no trabalho de grupo" (DGC 239). Iintegrar o conhecimento numa vida correta, inspirada pelos valores do Evangelho para anunciar a Palavra de Deus, é a meta do catequista. 7. Conclusão:Ninguém nasce catequista. Aqueles que são chamados a esta missão tornam-se bons catequistas através da prática, da reflexão e da preparação adequada. Para colaborar na formação de discípulos de Cristo, o catequista deve ser, em primeiro lugar, um discípulo amoroso, humilde, alegre e fiel.A fé foi colocada por Deus no coração do homem. A tarefa do catequista é a de cultivar este Dom, alimentá-lo e ajudá-lo a crescer primeiro em seu coração para que deixe transbordar esta experiência de vida cristã para os irmãos.Siglas utilizadas:DCG - Diretório Catequético Geral, Sagrada Congregação para o Clero, 1971.DGC - Diretório Geral para a Catequese, Sagrada Congregação para o Clero, 1997.MINISTÉRIO DA COORDENAÇÃOA Catequese nos últimos anos deu passos significativos. Em toda parte percebe-se um fervilhar de novas experiências e métodos mais adequados que nos orientem na caminhada. Este processo de renovação depara-se com alguns desafios: a catequese não pode ser uma simples iniciativa baseada na boa vontade, na improvisação. Disso decorre a necessidade de pensar, organizar e atualizar a catequese, buscar novos rumos, animar os catequistas, criar um clima humano-afetivo. Surge assim a missão do coordenador do qual depende, em grande parte, a dinâmica e a renovação da catequese numa comunidade."A atividade pastoral não pode processar-se às cegas. O apóstolo não corre em busca do incerto, nem golpeia no ar". (Paulo VI)Coordenação vem da palavra "co-ordinatione" que significa: dispor certa ordem ou método", organizar o conjunto, por em ordem o desconjunto. É uma "co-operação", uma ação de "co-responsabilidade entre os iguais". A coordenação promove a união de esforços, de objetivos comuns e de atividades comunitárias, evitando o paralelismo, o isolamento na ação catequética. A coordenação tem por finalidade criar relações, facilitar a participação, desenvolver a sociabilidade, levar à cooperação, comprometer na co-responsabilidade, realizar a interação e tornar eficaz o conjunto da caminhada catequética.Para essa missão se requer um trabalho de grupo, e não de uma só pessoa.A catequese renova-se mais rapidamente, especialmente no mundo urbano, quando uma comunidade investe na equipe de coordenação e esta assume sua missão articuladora, animadora da catequese . 2. O Exemplo de JesusNesse sentido o MINISTÉRIO DA COORDENAÇÃO reveste-se de uma mística, de uma espiritualidade, de uma missão. Coordenar é integrar, animar, avaliar, revisar, celebrar, incentivar a caminhada da catequese. O ministério da coordenação é o serviço que mantém viva a caminhada da catequese em sintonia com as opções diocesanas, paroquiais, e segundo as exigências de uma catequese renovada. E o coordenador encontra seu modelo, sua inspiração e a fonte de graça para exercer seu ministério na Pessoa de Jesus.Sabemos que Jesus Cristo não quis assumir sua missão sozinho. Fez-se cercar do grupo dos doze (Mc 3,13). Com eles vai criando sua comunidade. Os Evangelhos nos mostram que várias atitudes de Jesus caracterizam-se por um amor cordial e concreto pelas pessoas. Vejamos algumas situações:a) JESUS CONHECE AS PESSOAS E AS ACEITA COMO SÃO. Parte daquilo que são os discípulos, e não daquilo que deveriam ser para conduzir cada um a um crescimento cada vez mais profundo (Jo 20, 27; Lc 22, 61; Lc 24, 13-35).b) JESUS EXERCE SUA AUTORIDADE COM CARIDADE. É aquele que serve ( Jo 13, 1-20). "Eu não vim para ser servido, mas para servir" (Mc 10, 45). Para Jesus, todos têm uma caminhada a fazer, uma conversação a realizar, uma esperança a construir. A grande norma do grupo é o mandamento do amor. c) JESUS SITUA-SE DENTRO DA COMUNIDADE E A DIRIGE COM AMOR. A presença de Jesus é viva no meio da comunidade. Ensina a partilhar e ser solidário em tudo (Jo 6, 1-15).d) JESUS FALA DA NECESSIDADE DE SUA PAIXÃO e convida seus discípulos a partilhar sua Cruz, vivida e assumida na fé e na esperança, porque passando por ela constrói-se o Reino (Lc 9, 22-26).e) JESUS CRIOU UMA COMUNIDADE PARA A MISSÃO. A comunidade é um caminho de crescente fraternidade e abertura para a missão. O apóstolo Paulo nos alerta (Rm 12, 9-21) para que tenhamos os mesmos sentimentos de Jesus Cristo. Isto é, que a nossa missão de coordenadores não seja uma forma de vanglória e nem um fardo nos ombros dos outros, mas que seja uma continuidade da missão de Jesus Cristo na edificação do Reino.3. Perfil do CoordenadorO Ministério da Coordenação é o serviço que suscita e integra através de ações concretas as forças vivas da catequese: pároco, catequistas, pais, catequizandos e as outras pastorais.Este ministério deve ser exercido com alegria, como uma fonte de espiritualidade, como um serviço em prol do Reino: animando os catequistas, abrindo novos horizontes, atualizando-se continuamente, estando em sintonia com as orientações diocesanas, criando um clima de acolhida, partilha e confiança. Desse modo, a catequese surge como luz na comunidade.Existem diversas maneiras de exercer o ministério da coordenação. Dentre elas destacamos as seguintes:· COORDENAÇÃO CENTRALIZADORA - sobressai a função. Não divide tarefas. Não confia totalmente no grupo. Normalmente uma coordenação centralizada é autoritária, por vezes distante da caminhada da catequese e dos reais problemas dos catequistas, dos catequizandos, dos pais e da comunidade cristã. Numa coordenação centralizada, com facilidade surgem os descontentamentos, as divisões, os subgrupos, o desânimo e as desistências.· COORDENAÇÃO FRATERNA, DEMOCRÁTICA - caracteriza-se pelo serviço pela animação, pela distribuição das tarefas, pela confiança nos catequistas, pelo amor aos pais dos catequizandos, pela vivência comunitária, pela preocupação com a formação dos catequistas, pelo relacionamento humano, afetivo, carinhoso, alegre, mesmo nos erros e nas tensões. Acolhe as sugestões, aceita com humildade as críticas, aponta sempre uma luz nas horas de tensões. Acima de tudo, elabora um projeto catequético participativo capaz de gerar um processo de educação da fé na comunidade.4. Atribuições da CoordenaçãoO Diretório Pastoral de Catequese do Rio de Janeiro (1999), afirma que a Coordenação, em todos os níveis de atuação de nossa Arquidiocese, deverá:"7.1. Ser organizada em todos níveis de atuação com aceitação e acompanhamento do responsável imediato: Comunidade Eclesial, Paróquia, Região, Setor e Arquidiocese.7.2. A nível paroquial poderá ser desdobrada em coordenações específicas das diferentes faixas etárias: Pré-Catequese Infantil, Catequese de primeiro e segundo estágio em preparação à Primeira Eucaristia, Catequese de Perseverança, Catequese de Adolescentes, Catequese Especial, Catequese de Adultos e Crismal entre outras, desde que todas trabalhem de forma integrada e sob a orientação da Coordenação Geral e do Pároco.7.3. Em todos os níveis de atuação, a Coordenação da Catequese deverá apresentar os requisitos fundamentais para o exercício de sua missão: formação condizente com sua tarefa, dinamismo, entusiasmo, espírito de comunhão e participação, humildade, testemunho de vida, espiritualidade, vivência sacramental, equilíbrio psicológico, capacidade de trabalhar em equipe, afetividade, espírito de fé e oração."Estas orientações podem ser desdobradas em outras, para todos os níveis de coordenação catequética da paróquia:· Elaborar, de maneira participativa, um pequeno projeto para a catequese, privilegiando o objetivo, o conteúdo e a metodologia;· Repassar, aos grupos interessados, qualquer inovação, exigência ou mudança nos rumos da catequese;· Participar das reuniões e demais eventos promovidos pela região, setor, arquidiocese, sempre que solicitado. A participação em atividades extra-paroquiais é fundamental para o crescimento da comunidade. Ter o hábito de preparar um pequeno relatório sobre a realidade paroquial ou de outras questões pedidas pelas coordenações regionais ou diocesanas;· A equipe de coordenação precisa reunir-se constantemente para rezar, estudar e aprofundar a situação da pastoral catequética na comunidade;· Avaliar freqüentemente o processo de educação da fé na comunidade, através de visitas, encontros, assembléias. Reflexão: · Que outras atividades fazem parte do ministério da coordenação?· Como fazer do ministério da coordenação uma fonte de espiritualidade e de serviço à catequese?· Que caminhos as coordenações precisam percorrer para a dinamização da Catequese na comunidade?4. Elementos da formaçãoA formação deve levar em conta o duplo movimento de fidelidade: a Deus e ao homem. A missão que o Catequista é chamado a realizar exige: a) intensa vida sacramental e espiritual;b) familiaridade com a oração;c) profunda admiração pela mensagem cristã;d) uma atitude de caridade, humildade e prudência que permita ao Espírito Santo realizar sua obra fecunda nos catequizandos. Sendo a catequese um processo permanente de educação da fé, também a formação do catequista deve ser permanente, pois o catequista terá sempre coisas para aprender em toda a sua vida. "Além de testemunha, o catequista deve ser mestre que ensina a fé. Uma formação bíblico-teológica lhe fornecerá um conhecimento orgânico da mensagem cristã articulada a partir do mistério central da fé, que é Jesus Cristo" (DGC 240).5. Conteúdos a serem aprofundadosO conteúdo desta formação doutrinal é exigido pelas diversas partes que compõem todo o projeto orgânico de catequese:v As três grandes etapas de história da salvação: Antigo Testamento, Vida de Jesus Cristo e História da Igreja;v Os grandes núcleos da mensagem cristã: Símbolo, Liturgia, Vida Moral e Oração.A Sagrada Escritura deverá ser como a alma desta formação e o Catecismo da Igreja Católica o ponto de referência doutrinal fundamental, juntamente com os materiais catequéticos publicados. Além disso, precisamos conhecer os documentos do Magistério da Igreja. A leitura e reflexão destes livros deverão estar sempre presentes na vida do catequista.Para uma formação integral, "é necessário que o catequista entre em contato, pelo menos, com alguns elementos fundamentais da psicologia (...) As ciências sociais procuram o conhecimento do contexto sócio-cultural em que o homem vive e pelo qual é fortemente influenciado" (DGC 242).Além destes conhecimentos, precisamos aprender alguns elementos da ciência da comunicação: dinâmicas de grupo, utilização dos recursos didáticos e meios audiovisuais e também aproveitar das riquezas da informática.Por fim, é importante que o catequista conheça o valor do planejamento, da avaliação e alguns princípios de metodologia.Como se vê, a formação do catequista é algo complexo e dinâmico. Precisamos de humildade e entusiasmo para aprender sempre. 6. Sugestões de atividades formativasNão podemos esquecer que a formação do catequista acontece, em primeiro lugar, na comunidade cristã. "É nesta que os catequistas experimentam a própria vocação e alimentam constantemente a própria sensibilidade apostólica"(DGC 246). Para isso o coordenador procurará...Ø ... motivar o grupo de catequistas para reuniões mensais de preparação dos encontros catequéticos. Deve-se ver o melhor dia e horário para cada grupo (catequese infantil, iniciação eucarística, perseverança, adultos, especial, ...), ainda que sejam em dias diferentes para cada grupo.Daí a necessidade de haver coordenadores específicos para cada grupo.Ø ... garantir um encontro anual para o "grupão" de catequistas se reunir e aprofundar algum tema necessário para a sua formação integral;Ø ... incentivar a participação dos catequistas em cursos da paróquia, ou em encontros formativos da região, setor e arquidiocese. Vamos aprender a trabalhar com representatividade? Se não der para enviar todos, insista para que, ao menos um catequista esteja presente nestes momentos e torne-se agente multiplicador na comunidade.Ø ... não esquecer dos auxiliares, que se preparam para ser catequistas: eles merecem uma atenção especial, a mesma qualidade de formação.Ø ... incentivar a participação dos catequistas na Escola da Fé Paroquial."Formar os formadores", esta deve ser uma meta constante da equipe de coordenação da catequese. Logo, a formação "possibilitará o crescimento do catequista no equilíbrio afetivo, no senso crítico, na unidade interior, na capacidade de relações e de diálogo, no espírito construtivo e no trabalho de grupo" (DGC 239). Iintegrar o conhecimento numa vida correta, inspirada pelos valores do Evangelho para anunciar a Palavra de Deus, é a meta do catequista. 7. Conclusão:Ninguém nasce catequista. Aqueles que são chamados a esta missão tornam-se bons catequistas através da prática, da reflexão e da preparação adequada. Para colaborar na formação de discípulos de Cristo, o catequista deve ser, em primeiro lugar, um discípulo amoroso, humilde, alegre e fiel.A fé foi colocada por Deus no coração do homem. A tarefa do catequista é a de cultivar este Dom, alimentá-lo e ajudá-lo a crescer primeiro em seu coração para que deixe transbordar esta experiência de vida cristã para os irmãos.Siglas utilizadas:DCG - Diretório Catequético Geral, Sagrada Congregação para o Clero, 1971.DGC - Diretório Geral para a Catequese, Sagrada Congregação para o Clero, 1997.MINISTÉRIO DA COORDENAÇÃO1. IntroduçãoA Catequese nos últimos anos deu passos significativos. Em toda parte percebe-se um fervilhar de novas experiências e métodos mais adequados que nos orientem na caminhada. Este processo de renovação depara-se com alguns desafios: a catequese não pode ser uma simples iniciativa baseada na boa vontade, na improvisação. Disso decorre a necessidade de pensar, organizar e atualizar a catequese, buscar novos rumos, animar os catequistas, criar um clima humano-afetivo. Surge assim a missão do coordenador do qual depende, em grande parte, a dinâmica e a renovação da catequese numa comunidade."A atividade pastoral não pode processar-se às cegas. O apóstolo não corre em busca do incerto, nem golpeia no ar". (Paulo VI)Coordenação vem da palavra "co-ordinatione" que significa: dispor certa ordem ou método", organizar o conjunto, por em ordem o desconjunto. É uma "co-operação", uma ação de "co-responsabilidade entre os iguais". A coordenação promove a união de esforços, de objetivos comuns e de atividades comunitárias, evitando o paralelismo, o isolamento na ação catequética. A coordenação tem por finalidade criar relações, facilitar a participação, desenvolver a sociabilidade, levar à cooperação, comprometer na co-responsabilidade, realizar a interação e tornar eficaz o conjunto da caminhada catequética.Para essa missão se requer um trabalho de grupo, e não de uma só pessoa.A catequese renova-se mais rapidamente, especialmente no mundo urbano, quando uma comunidade investe na equipe de coordenação e esta assume sua missão articuladora, animadora da catequese . 2. O Exemplo de JesusNesse sentido o MINISTÉRIO DA COORDENAÇÃO reveste-se de uma mística, de uma espiritualidade, de uma missão. Coordenar é integrar, animar, avaliar, revisar, celebrar, incentivar a caminhada da catequese. O ministério da coordenação é o serviço que mantém viva a caminhada da catequese em sintonia com as opções diocesanas, paroquiais, e segundo as exigências de uma catequese renovada. E o coordenador encontra seu modelo, sua inspiração e a fonte de graça para exercer seu ministério na Pessoa de Jesus.Sabemos que Jesus Cristo não quis assumir sua missão sozinho. Fez-se cercar do grupo dos doze (Mc 3,13). Com eles vai criando sua comunidade. Os Evangelhos nos mostram que várias atitudes de Jesus caracterizam-se por um amor cordial e concreto pelas pessoas. Vejamos algumas situações:a) JESUS CONHECE AS PESSOAS E AS ACEITA COMO SÃO. Parte daquilo que são os discípulos, e não daquilo que deveriam ser para conduzir cada um a um crescimento cada vez mais profundo (Jo 20, 27; Lc 22, 61; Lc 24, 13-35).b) JESUS EXERCE SUA AUTORIDADE COM CARIDADE. É aquele que serve ( Jo 13, 1-20). "Eu não vim para ser servido, mas para servir" (Mc 10, 45). Para Jesus, todos têm uma caminhada a fazer, uma conversação a realizar, uma esperança a construir. A grande norma do grupo é o mandamento do amor. c) JESUS SITUA-SE DENTRO DA COMUNIDADE E A DIRIGE COM AMOR. A presença de Jesus é viva no meio da comunidade. Ensina a partilhar e ser solidário em tudo (Jo 6, 1-15).d) JESUS FALA DA NECESSIDADE DE SUA PAIXÃO e convida seus discípulos a partilhar sua Cruz, vivida e assumida na fé e na esperança, porque passando por ela constrói-se o Reino (Lc 9, 22-26).e) JESUS CRIOU UMA COMUNIDADE PARA A MISSÃO. A comunidade é um caminho de crescente fraternidade e abertura para a missão. O apóstolo Paulo nos alerta (Rm 12, 9-21) para que tenhamos os mesmos sentimentos de Jesus Cristo. Isto é, que a nossa missão de coordenadores não seja uma forma de vanglória e nem um fardo nos ombros dos outros, mas que seja uma continuidade da missão de Jesus Cristo na edificação do Reino.3. Perfil do CoordenadorO Ministério da Coordenação é o serviço que suscita e integra através de ações concretas as forças vivas da catequese: pároco, catequistas, pais, catequizandos e as outras pastorais.Este ministério deve ser exercido com alegria, como uma fonte de espiritualidade, como um serviço em prol do Reino: animando os catequistas, abrindo novos horizontes, atualizando-se continuamente, estando em sintonia com as orientações diocesanas, criando um clima de acolhida, partilha e confiança. Desse modo, a catequese surge como luz na comunidade.Existem diversas maneiras de exercer o ministério da coordenação. Dentre elas destacamos as seguintes:· COORDENAÇÃO CENTRALIZADORA - sobressai a função. Não divide tarefas. Não confia totalmente no grupo. Normalmente uma coordenação centralizada é autoritária, por vezes distante da caminhada da catequese e dos reais problemas dos catequistas, dos catequizandos, dos pais e da comunidade cristã. Numa coordenação centralizada, com facilidade surgem os descontentamentos, as divisões, os subgrupos, o desânimo e as desistências.· COORDENAÇÃO FRATERNA, DEMOCRÁTICA - caracteriza-se pelo serviço pela animação, pela distribuição das tarefas, pela confiança nos catequistas, pelo amor aos pais dos catequizandos, pela vivência comunitária, pela preocupação com a formação dos catequistas, pelo relacionamento humano, afetivo, carinhoso, alegre, mesmo nos erros e nas tensões. Acolhe as sugestões, aceita com humildade as críticas, aponta sempre uma luz nas horas de tensões. Acima de tudo, elabora um projeto catequético participativo capaz de gerar um processo de educação da fé na comunidade.4. Atribuições da CoordenaçãoO Diretório Pastoral de Catequese do Rio de Janeiro (1999), afirma que a Coordenação, em todos os níveis de atuação de nossa Arquidiocese, deverá:"7.1. Ser organizada em todos níveis de atuação com aceitação e acompanhamento do responsável imediato: Comunidade Eclesial, Paróquia, Região, Setor e Arquidiocese.7.2. A nível paroquial poderá ser desdobrada em coordenações específicas das diferentes faixas etárias: Pré-Catequese Infantil, Catequese de primeiro e segundo estágio em preparação à Primeira Eucaristia, Catequese de Perseverança, Catequese de Adolescentes, Catequese Especial, Catequese de Adultos e Crismal entre outras, desde que todas trabalhem de forma integrada e sob a orientação da Coordenação Geral e do Pároco.7.3. Em todos os níveis de atuação, a Coordenação da Catequese deverá apresentar os requisitos fundamentais para o exercício de sua missão: formação condizente com sua tarefa, dinamismo, entusiasmo, espírito de comunhão e participação, humildade, testemunho de vida, espiritualidade, vivência sacramental, equilíbrio psicológico, capacidade de trabalhar em equipe, afetividade, espírito de fé e oração."Estas orientações podem ser desdobradas em outras, para todos os níveis de coordenação catequética da paróquia:· Elaborar, de maneira participativa, um pequeno projeto para a catequese, privilegiando o objetivo, o conteúdo e a metodologia;· Repassar, aos grupos interessados, qualquer inovação, exigência ou mudança nos rumos da catequese;· Participar das reuniões e demais eventos promovidos pela região, setor, arquidiocese, sempre que solicitado. A participação em atividades extra-paroquiais é fundamental para o crescimento da comunidade. Ter o hábito de preparar um pequeno relatório sobre a realidade paroquial ou de outrasquestões pedidas pelas coordenações regionais ou diocesanas;· A equipe de coordenação precisa reunir-se constantemente para rezar, estudar e aprofundar a situação da pastoral catequética na comunidade;· Avaliar freqüentemente o processo de educação da fé na comunidade, através de visitas, encontros, assembléias.

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