quarta-feira, 30 de abril de 2008

Curso de Josefologia - Parte 1 - Introdução

Curso de Josefologia - Parte 1 - Introdução
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A teologia de São José deve ser situada de maneira particular numa perspectiva da Encarnação de Jesus, pois é justamente em vista deste mistério que compreendemos a sua personalidade e a sua missão. É também do relacionamento direto e pessoal de São José com a própria pessoa de Cristo que compreendemos a sua grandeza, a sua dignidade e a sua santidade.Deus estabeleceu desde toda eternidade que seu Filho, assumisse, na plenitude dos tempos, a natureza humana, vindo habitar neste mundo. Este Decreto de Deus, constituiu a união da divindade com a humanidade, através da Encarnação de seu Filho, o que fez com que todas as ações de Cristo aqui na terra, também aquelas puramente humanas como aquelas de sua infância, onde José entra como protagonista juntamente com Maria, tenham um valor redentor e infinito. Neste sentido, o mistério da vinda do Filho de Deus contemplava que ele devia nascer de uma mulher, virgem e esposada, tendo assim uma mãe e um pai e que crescesse dentro de uma família. Esta mãe é Maria, a qual gerou-o em seu ventre e este pai é José, o qual transmitiu-lhe a sua genealogia, e se constituiu como o seu Guarda aqui na terra.Tudo isso José realizou respondendo com prontidão e obediência os desígnios de Deus a seu respeito, constituindo-se pai de Jesus e esposo de Maria.Dada a importância deste personagem, a sua pessoa adquire consequentemente uma atualidade para nós cristãos do novo milênio. Portanto, olhando nesta ótica é questão de coerência, sobretudo para os afeiçoados a esta simpática figura, buscar um conhecimento teológico mais aprofundado da presença do Guarda do Redentor na vida de Cristo.A inserção de Deus na história da humanidade por meio da Pessoa de Jesus Cristo deu-se através de uma sucessão de eventos providenciais chegando ao tempo decisivo quando o Verbo de Deus se encarnou, justamente na “plenitude dos tempos” quando enfim, a auto revelação de Deus atingiu a sua fase culminante. Até este momento da encarnação de Jesus a revelação de Deus teve diversos elementos que compuseram os desígnios divinos constituindo desta forma a história da salvação da humanidade. Neste caminho se olharmos a genealogia de Jesus podemos individuar os elementos desta história desenvolvidos ao longo dos séculos com personagens desde Abraão. José é o último elo desta corrente e aquele que toca diretamente a humanidade de Jesus colocando-o, justamente pela sua paternidade, o mais próximo possível de Cristo.Desta forma, devemos considerar que José é, juntamente com sua esposa, ligado diretamente a economia da nossa salvação, à encarnação e também à redenção da humanidade. Em vista disso, João Paulo II, lembra que o Papa João XXIII, o qual era um grande devoto de São José, quis que no Cânon Romano da Missa, a qual é memorial perpétuo da redenção, o nome de São José fosse inserido ao lado do nome de Maria e antes dos Apóstolos, dos Sumos Pontífices e dos Mártires. Compreendendo assim o seu relacionamento direto e imediato com o Mistério da Encarnação, ou seja, com a pessoa de Cristo, reiteramos o grau de importância, de grandeza, de dignidade e de santidade de José, o qual desenvolveu sua missão ao lado do Verbo de Deus.É claro que José e evidentemente também Maria, teve para com a encarnação de Jesus uma estreita ligação, um liame de vocação e de missão e desta forma contribuiu para a realização da união hipostática. José com sua sublime missão foi, na opinião de muitos teólogos, conforme relatou em seu livro “Teologia di S. Giuseppe”, o brilhante estudioso da teologia Josefina, B. Lhamera, aquele que “Interviu na constituição da ordem hipostática com o seu consentimento livre e voluntário como foi o de Maria; esta atuação na ordem moral não tem por objeto direto e imediato a encarnação do Filho de Deus, mas a maternidade e a virgindade de Maria, por meio das quais se tem a realização da ordem hipostática”.O que proporemos na seqüência deste curso são as razões que sustentam a participação de José na cooperação dos mistérios da Encarnação, as quais são deduzidas do seu consentimento para ser o pai de Jesus, embora sem intervir fisicamente na sua geração. Da mesma forma, com o seu casamento celebrado com Maria ele proporcionou as condições objetivas para a realização da encarnação. Ainda mais, enfocaremos o seu relacionamento com Jesus como pai ao longo dos anos no atendimento às suas necessidades materiais e espirituais, fazendo com que com Jesus tivesse o afeto paterno acariciando-o, abraçando-o, beijando-o, carregando-o em seus braços, educando-o, nutrindo-o protegendo-o... Tudo isso tornou-o o cooperador no grande mistério da nossa redenção, ou como afirma São João Crisóstomo: “A ele foi confiada cuidadosamente a sua guarda da nossa redenção”. Portanto, a sua participação na redenção não foi marginal, mas fundamental em relação à pessoa de Jesus.
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Pe. José

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