quinta-feira, 1 de maio de 2008

O BATISMO DE CRIANÇAS

O batismo de adultos foi melhor detalhado no tópico relacionado em nossa página principal por ser ele o mais claro, dando-nos uma visão ampla do sentido deste sacramento. Entretanto, o batismo muito mais em uso é o das crianças. Desde os tempos mais antigos, tornou-se ele costume.

As razões por que pais cristãos educam, obviamente, seus filhos de modo cristão, já o vimos no aludido capítulo. E não é de se estranhar que isso comece com o Sacramento de iniciação. Os pais dão, assim, sinal não ambíguo de que desejam seus filhos assumidos na Igreja e que nela cresçam.

A pergunta, pois, que surge, é esta: A criança não tem ainda consciência e, conseqüentemente, não é capaz de "conversão", de entrega de fé; como pode, no entanto, receber o sinal de conversão e de fé?

Recebe-o de maneira com que vive, atualmente, toda a sua vida: Em dependência dos adultos. Cristo deu-nos sua salvação de modo social, comunitário. Não a pessoas isoladas, mas a um povo. Assim como cada rebanho tem seus carneirinhos, assim também cada povo que cresce possui filhos, pequenos seres cuja vida é ainda carregada pelos outros. Pelo que, os bebês não são batizados porque já crêem, mas porque queremos, naturalmente, transmitir-lhes a nossa fé. Trazemos os filhos dentro de nossa fé, dentro da fé na Igreja.

Também aqui vale, novamente, o princípio: O batismo não pode ser apartado do conjunto. De modo infantil, porém, autêntico e salvífico, são as crianças assim, pelo batismo, repletas do Espírito Santo, incorporadas em Cristo, consagradas à serviçalidade redentora, à morte salvífica e à vida eterna. Tudo isto, conseqüentemente, deve desabrochar numa educação ulterior. O batismo não pode ser visto independente dessa educação. A observação tem o seu peso. Pois é lícito perguntar-se se as crianças que, de acordo com os costumes reinantes e só por causa destes, recebem o sacramento do batismo e, depois, não são educadas de maneira conscientemente cristã, podem ser chamadas, propriamente, pessoas cristãs, verdadeiros membros da Igreja. Esta, com efeito, pede a garantia de uma educação cristã.

O batismo, tampouco, não deve ser considerado isoladamente da crescente independência da criança. Mais cedo ou mais tarde, deve seguir-se a "conversão", a entrega da fé consciente. Em sinal disso, a criança, em caminho para a idade adulta, renova, solenemente, os votos batismais. Essa renovação pode fazer-se, em conjunto com adultos, na noite de Páscoa, quando cada cristão solenemente proclama, novamente, estes votos ou promessas. Mais a renovação mais real há de fazer-se ainda mais tarde e numa forma bem mais comum: Numa resposta pública a um companheiro ou colega, numa oculta resistência a uma tentação, numa vida de bondade, serviçalidade, aceitação da morte.

É no batismo que a criança recebe, oficialmente, o seu nome. O nome de um Santo, sob cuja proteção suplicante, colocamos o filho. Não por bastar a graça de Cristo, mas porque Cristo gosta de vir até nós por via da comunidade da Igreja, também da Igreja que já está na glória.

O batismo não diz respeito apenas aos pais, mas à Igreja, em sua totalidade. O batizando é "introduzido" por um padrinho e/ou madrinha. São eles que seguram a criança, ou põem a mão sobre ela, durante o batismo, quando é a própria mãe que a segura nos braços. O padrinho e a madrinha representam, depois dos pais, a comunidade da Igreja e são os responsáveis pela educação cristã. Neste sentido, exercem papel preponderante para o resto da vida, zelando pela educação religiosa do afilhado, não só na presença, mas principalmente, numa eventual ausência dos pais.

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