segunda-feira, 30 de junho de 2008

Santa Teresinha do Menino Jesus

Beatificada (1923), canonizada (1925) e nomeada Padroeira das Missões (1928) pelo Papa Pio XI
Proclamada Doutora da Igreja (1997) pelo Papa João Paulo II “Perguntas-me um método para alcançar a perfeição.
Eu conheço o amor... e só o amor...”
Os “laços apostólicos da oração e da mortificação”: da correspondência com missionários de “Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, indigna irmã carmelita”
“É com esse objetivo que me fiz carmelita: não podendo ser missionária por meio da ação, quis sê-lo por meio do amor e da penitência, como Santa Teresa, minha Mãe... (...) Peça por mim a Jesus .../... que me abrase com o fogo do seu Amor, a fim de que eu possa, a seguir, ajudar .../... a acender esse fogo nos corações. (...) Sobre a montanha do Carmelo, uma alma pede sem cessar ao Divino Prisioneiro do Amor pelo sucesso de sua Missão...”“O senhor sabe, uma Carmelita que não fosse apóstola se distanciaria da finalidade de sua vocação e cessaria de ser filha da seráfica Santa Teresa, que desejaria dar mil vidas para salvar uma única pessoa.”
Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face. Cartas e Outros Escritos
Nascida em 1873, de pais muito religiosos, Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face foi curada de uma doença misteriosa, graças ao sorriso da Santa Virgem. Aos 15 anos entra nas Carmelitas de Lisieux (França), passando o resto da sua vida no silêncio da clausura, iluminada pela presença de Deus, cultivando as virtudes da humildade, da simplicidade, da confiança sem limites na Providência e no amor de Deus. Por incumbência da Superiora, escreve a história de sua vida (História de uma Alma). Esta obra em pouco tempo se difunde no mundo inteiro. Logo após a sua morte, ocorrida em 1897, iniciaram-se as peregrinações ao seu túmulo, e muitas graças foram atribuídas à sua intercessão. O Papa Pio XI a beatificou em 1923. Em 1925 foi proclamada Santa, e, em 1928, nomeada Padroeira das Missões. No Oriente é chamada freqüentemente de “Pequena Flor”. Foi proclamada Doutora da Igreja pelo Papa João Paulo II, em 19 de outubro de 1997.

Padroeiros das Missões

O Gigante da História das Missões” — Canonizado em 1622 pelo Papa Gregório XV
Nomeado Padroeiro das Missões Estrangeiras e de todas as obras relacionadas com a propagação da fé em 1904 pelo Papa Pio X
Das suas Cartas
“Logo que aqui chegamos nos encarregamos dos pobres doentes que vinham nos navios. (...) Morávamos junto com os pobres, conforme nossas pequenas e fracas energias, ocupando-nos nos trabalhos nas atividades temporais e nas espirituais...” (Moçambique, 1542). “Quando chegava nos lugares, a garotada não me deixava rezar o meu breviário, nem comer, nem dormir, pedindo que lhes ensinasse as orações. Aí comecei a entender porque deles é o Reino dos Céus (Mt 19,14)... Se houvesse quem os instruísse em nossa santa fé, tenho por mim que seriam bons cristãos.” (Índia, 1542). “Parece-me que entre todos os não-cristãos não se encontrarão pessoas que ganhem dos japoneses. (...) Têm muito prazer em escutar as coisas de Deus, principalmente quando as entendem...” (Japão, 1549).“Espero ir à China pelo grande serviço de Deus nosso Senhor...” (Índia, 1552)São Francisco Xavier nasceu na Espanha, em 1506. Quando estudante em Paris, tornou-se companheiro de Santo Inácio de Loyola. Foi ordenado sacerdote em Roma, em 1537, e dedicou-se às obras de caridade. Partindo em 1541 para o Oriente, durante dez anos evangelizou, incansavelmente, a Índia e o Japão, convertendo multidões à fé cristã. Morreu aos 46 anos de idade, em 1552, na ilha chinesa de Sancião. Com razão foi chamado de “o gigante da história das Missões”. Foi canonizado pelo Papa Gregório XV, em 1622. Em 1904, o Papa Pio X o nomeia Padroeiro Oficial das Missões Estrangeiras e de todas as obras relacionadas com a propagação da fé.

Obras Missionárias

As Obras Missionárias Pontifícias são quatro:
Propagação da Fé (1822)
Infância Missionária(1843)
São Pedro Apóstolo (1889)
União Missionária (1916)
Estas quatro Obras nasceram de iniciativas carismáticas e foram lançadas por leigos ou sacerdotes, com a finalidade de apoiar a atividade dos missionários, animando e comprometendo diretamente sacerdotes, consagrando-se com fidelidade à oração, à oferta dos seus sacrifícios, à promoção vocacional, à caridade e a atividades concretas em geral. Ao mesmo tempo que é oportuno salientar que as Obras Missionárias têm uma origem carismática, é necessário sublinhar também o fato de que a Igreja garantiu a sua autenticidade, reconhecendo-as e tornando-as próprias, por intervenção direta do ministério de São Pedro.
São Pontifícias porque se desenvolveram com o apoio da Santa Sé que, ao fazê-las próprias, lhe concedeu um caráter universal. Por serem Pontifícias estão diretamente ligadas ao Vaticano - ao Papa - particularmente à Congregação pela Evangelização dos Povos (antigamente Propaganda Fide), coordenadas por meio de um Presidente e os Secretários Internacionais de cada uma delas. As Obras Pontifícias observam as finalidades de animação, formação e cooperação missionária.
Embora sejam Obras do Papa são, também, de todo o episcopado e de todo o Povo de Deus, por estarem estreitamente ligadas às Igrejas particulares. Por isso os bispos, presbíteros e agentes de pastoral, todos, são convidados a estabelecer "uma relação positiva com as Obras Pontifícias", é o que afirmam os bispos da América Latina em Santo Domingo (SD 128).

Fé e Política

As pessoas sempre dizem que Fé e Política não se discutem ou mesmo não se misturam.
Um enorme engano, pois são realidades que caminham conosco por toda a vida. Mas como unir Fé e Política sem que uma suplante a outra e não tornem uma coisa só?
Sem que a Fé se corrompa ou que a Política se aproveite cometendo o pecado do terceiro mandamento de Deus.
A Fé não deve ser usada como artíficio para iludir ou enganar o povo. Quanto a isso a igreja orienta seus fiéis com sua Doutrina Social iluminada pelo Evangelho de Jesus Cristo.
É papel dos leigos assumir a tarefa de estar na política e lutar por uma vida mais digna para seu povo. O papel da igreja é de orientar, mas não deve ficar à margem dos acontecimentos e à luz da Palavra de Deus ser profética não se calando diante das injustiças praticadas contra o povo.
O Fórum Social e o Grito dos Excluídos são dois momentos dentro da nossa paróquia em que podemos vivenciar política à luz da nossa fé.
Não vamos nos omitir e deixar de lado o comodismo e individualismo para sermos mais solidários e comunitários.

terça-feira, 24 de junho de 2008

AS HERESIAS

Heresia define-se como rebeldia ou oposição declarada a determinada verdade divina firmada pela Igreja, ou seja, suas convicções dogmáticas. Já desde a época primitiva deparou-se a Igreja Católica com inúmeros embustes e investidas que visavam, ora contestar, ora macular os fundamentos básicos da santa doutrina.
A modalidade normalmente usada pelos hereges consiste primeiramente em arrebanhar adeptos dentro da própria Igreja. Para eles este é o local ideal para semear a cizânia, que vai crescendo aos pouquinhos até que finalmente toma corpo e força. A história já registrou reações implacáveis da Igreja nesse sentido e por isso não é raro identificar entre as fileiras dos traidores da causa de Cristo muitos católicos leigos, padres, religiosos e até mesmo bispos, que por orgulho, acabaram colocando não só a sua salvação em cheque, mas também a de todos os seus seguidores.
Estando Jesus no comando e o Papa no leme desta divina embarcação, surgiram santos homens resolutos na fé que, desde a época primitiva, já identificavam com clareza o aparecimento de certas heresias. Houve momentos, porém, que renhidos combates acabaram tornando-se inevitáveis. O sangue dos mártires refletem os mais belos testemunhos de fidelidade até às últimas conseqüências. Em contrapartida, inúmeras medidas foram tomadas a fim de sufocar a infiltração de doutrinas estranhas no seio da Igreja, medidas estas diretamente proporcionais às circunstâncias de cada período histórico.
Jesus é sempre atual: Ontem, hoje e sempre. Assim Sua doutrina, imutável, independente das crises ou fases históricas, pois que sua Palavra é eficaz e a doutrina da Igreja verdadeira, seja no passado, no presente ou no futuro. Entretanto, se hoje, testemunhar a fé já não significa o martírio de sangue, nossa responsabilidade tornou-se, por isto mesmo, infinitamente maior em relação aos Mandamentos de Deus e da Igreja. Nossa determinação como católicos praticantes é de pedir Deus a graça do discernimento, pois que o tempo é propício para o surgimento de novos cismas, de novas heresias.
Quem estuda a história sob a ótica divina, compreende perfeitamente que a Igreja suportou o embate das heresias, dos cismas, da calúnia , da malidicência e das perseguições porque é, foi e será a única e verdadeira Igreja, o corpo do qual Jesus é a Cabeça, sendo o Papa, seu legítimo representante e fiel preservador da Sã Doutrina.
Vejamos a seguir, os principais fatos históricos que marcaram o empenho resoluto da Igreja no combate às heresias:

DADOS HISTÓRICOS
Para impor respeito às suas decisões, dispunha a Igreja do Tribunal do Santo Ofício, principalmente para coibir as dissidências e influências heréticas e pagãs no meio católico, cujo objetivo principal era, como é até hoje, a preservação dos fundamentos básicos da fé católica.
Apesar disso, na idade média, a Igreja não conseguiu impedir a propagação de heresias, quando muitos Santos foram perseguidos e martirizados pela ação do arianismo, pelagianismo, julianismo, de Macedônio, nestorianismo, monofisismo (de Eutiques), o cisma do oriente e as heresias valdenses e albigenses.
No século IV, Ario ousava negar a divindade de Nosso Senhor, considerando Jesus a criatura mais excelente saída das mãos de Deus. Seguindo o exemplo dos Apóstolos, que nos primeiros tempos da Igreja se reuniram em Jerusalém, sob a presidência de São Pedro (Concílio dos Apóstolos), assim fizeram os bispos católicos sucessores dos Apóstolos, sob a presidência do Papa Silvestre no Concílio Geral de Nicéia. Nesta assembléia, que se realizou no ano de 325, tomaram parte 318 bispos. Foi declarado solenemente como dogma da doutrina cristã que Jesus Cristo, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, é verdadeiro Deus, da mesma natureza divina que Deus Pai. Ário não quis sujeitar-se e por isso foi expulso do grêmio da Igreja (excomungado).
Ainda no mesmo século surgiram as seguintes heresias:
- 359 a 425, Pelágio, um monge bretão, passou a atacar o que definiu como hipocrisia de muitos cristãos. Por ser eloqüente e muito respeitado, logo um círculo de simpatizantes surgiu ao seu redor. Atacou e não aceitou a doutrina da Igreja sobre o pecado original. Passou a pregar a heresia por meio de muitos escritos, o que acabou culminando não só em sua excomunhão, mas também de muitos de seus seguidores.
- 361 a 363 - Juliano (o Apóstata) - Pretendeu restabelecer o paganismo no oriente. Para arruinar a religião cristã, tentou desmentir Nosso Senhor, reedificando o templo de Jerusalém. Diz a história que, todas as vezes que os trabalhadores começavam, irrompiam da terra chamas que os obrigavam a desistir da empresa. Este milagre enfureceu tanto o imperador apóstata, que jurou vingar-se de Jesus Cristo. Conta-se que, mortalmente ferido num combate e remoendo-se de raiva, lançou contra o céu um punhado de sangue de sua ferida, exclamando: "Venceste, Galileu".
- 379 a 395, surgiu a heresia de Macedônio, que negou a divindade do Espírito Santo.
Nó século V, Nestório (431), bispo de Constantinopla , negou que a Virgem Maria fosse Mãe de Deus (veja os detalhes do acontecimento - art. XVI - Livro Oriente).
Em 451 surgiu o monofisismo, baseado na teoria de um superior de um mosteiro de Constantinopla, Eutiques, que acreditava haver em Cristo apenas a natureza divina, ou seja, negou as duas naturezas de Jesus Cristo, dando-lhe um só corpo humano aparente. Ainda hoje a sua doutrina persiste na Armênia, Síria e Egito. O Concílio de Calcedônia condenou a heresia.
No século XI deu-se o Cisma do Oriente. Uma de suas causas foi o fato de não quererem os patriarcas de Constantinopla reconhecer a supremacia eclesiástica do Pontífice Romano. Já no século IX o imperador Bizâncio havia deposto o patriarca Inácio e nomeado o ambicioso Fócio, cuja investidura não foi reconhecida pelo Papa. Fócio impugnou a primazia espiritual de Roma e negou pontos da doutrina católica romana, levando assim a igreja bizantina à ruptura com a Igreja Católica Apostólica Romana, fato que veio a se consumar definitivamente em 1054, com Miguel Cerulário, patriarca de Constantinopla.
No fim do século XII surgia a heresia valdense. Pedro Valdo, comerciante de Lion, renunciou à grande fortuna que possuía e iniciou sua pregação dos Evangelhos. Admitia Pedro Valdo que o cristão, para salvar-se, não necessitava de sacerdotes, bastando-lhe a oração e o respeito aos ensinamentos bíblicos. A leitura da Bíblia era um preceito fundamental cujo cumprimento ficava a cargo dos "pastores", homens que sem abandonar suas atividades comuns, agiam na comunidade como conselheiros morais e comentadores da Bíblia.
Chegaram os valdenses a ter importância, sobretudo na região do Languedoc; influenciaram, certamente, os albigenses que se propagavam pelo sul da França. Estes julgavam o corpo como o símbolo do mal; dividiam-se em "perfeitos" e "crentes". Os primeiros submetiam-se a uma vida de contínua mortificação, tendo os "crentes"o direito à absolvição de seus pecados, somente uma vez em toda a vida. A luta desencadeada pelo Papa Inocêncio III contra os albigenses durou de 1209 a 1229 extirpou a heresia, tendo isto facilitado a dominação monárquica dos feudos do Sul, que terminaram sendo incorporados à coroa francesa.
Se você desejar mais detalhes sobre este vasto assunto, bem como as datas e a grade completa das principais heresias que surgiram desde os tempos apostólicos até a idade moderna, acesse a página http://www.cleofas.com.br/html/doutrinaeteologia/perguntaserespostas/grandesheresias.html (do site www.cleofas.com.br)
Para refletir:
O estigma da heresia foi sempre e é: o orgulho. A humildade sempre foi e é o baluarte, a defesa mais segura da fé. Diz Santo Agostinho: "Há diversos caminhos que conduzem ao conhecimento da verdade, o primeiro é o da humildade; humildade é o segundo e o terceiro é ainda a humildade. Eu fiquei crente, porque me pus a crer o que não compreendia". Santo Agostinho foi uma das inteligências mais esclarecidas que o mundo possuiu. O orgulho gerou as heresias antigas e novas. As mais antigas, como o arianismo, o nestorianismo, o luteranismo, o calvinismo, são suas filhas legítimas. As contemporâneas possuem origens externas, mas sua prática e aceitação podem facilmente culminar em cismas internos. São influências exteriores como: a macumba, o espiritismo, o ocultismo, búzios, tarô, horóscopo, tributos a Iemanjá, dentre tantas outras. Tais seitas procuram, de forma sistematicamente calculada, não só infiltrar suas errôneas idéias, mas principalmente, influenciar e confundir católicos e até mesmo membros do próprio clero. Procuram identificar "deuses e rituais africanos", "pais-de-santo", "'ídolos" e "videntes" aos Santos da Igreja, à Bíblia e à Sã Doutrina. Em investidas não só heréticas, mas blasfematórias, fazem lavagens em escadarias de igrejas, prevêem o futuro, tentam nos seduzir numa sutil leitura de horóscopo, ou numa "brincadeira" à beira da praia na entrada do Ano Novo. O verdadeiro católico, se afasta desse laços perigosos que comprometem a salvação eterna.
Verdade é que quase todas elas, antigas e novas, invocam em seu favor a Bíblia, algumas os Santos, outras a própria doutrina da Igreja, e cuja finalidade é tão somente semear a desordem. Diante disso, devemos tomar postura firme. Não devemos ser varas que se deixam agitar pelo vento. Peçamos ao Divino Espírito Santo a sabedoria necessária para que possamos identificar tais buracos, armadilhas e ciladas. De maneira atraente e sedutora o mundo se vale de todos os artifícios para nos afastar da Igreja de Cristo.
Como se justifica a grande quantidade de seitas cristãs, suas divergências na explicação da Bíblia? O que os hereges não entendem é que a Bíblia deve ser considerada como um código de verdades havendo uma só autoridade competente para interpretá-la autenticamente. A explicação desta autoridade todos devem sujeitar-se e reconhecê-la como única e verdadeira. E a mensagem vale para todos, sejam leigos ou religiosos. A doutrina pregada pelos hereges hoje, amanhã é rejeitada. Os hereges, com a Bíblia na mão, contestaram já a divindade de Cristo, a eternidade do inferno, a existência e divindade do Espírito Santo, o pecado original, a autenticidade da Bíblia e muitos outros pontos de dogma; é onde chega, quem se afasta da igreja Católica. Só a ela foi dito: "convosco estou todo o tempo, até à consumação dos séculos"(Mt 28,20). Quem ouve a Igreja, ouve a Cristo, e Cristo é a verdade, o caminho e a vida.
Para saber mais:
Para saber mais consulte a história da Inquisição (desde a sua criação em 1231 pela bula Excommunicamus - do Papa Gregório IX, até seu restabelecimento em 1542).
* Consulte também o Concílio de Trento, que discutiu o corpo das doutrinas católicas baseadas nas críticas dos protestantes.
* Para entendermos como reis e imperadores decidiam diretamente nos setores regionalizados dos membros do clero, inclusive, intervindo na eleição de dignitários da Igreja, fato que foi duramente combatido pelo grande Papa Gregório VII muito antes da reforma protestante, ou seja, no século XI, consulte a questão das Investiduras

CONCÍLIO DE TRENTO

As profundas modificações surgidas na Igreja Católica, foram, sem dúvida provocadas diante do surgimento e expansão do protestantismo. A reação católica, vulgarmente denominada "contra-reforma", foi orientada pelos grandes Papas Paulo III, Júlio III, Paulo IV, Pio V, Gregório XIII e Sisto V. Além da reorganização de muitas comunidades religiosas novas ordens foram fundadas, dentre as quais a Companhia de Jesus, ou Ordem dos Jesuítas, cujo fundador foi Santo Inácio de Loyola, que foi um batalhador da causa católica num dos momentos mais críticos da Igreja, isto é, durante a expansão luterana.
O Concílio de Trento foi convocado pelo Papa Paulo III, a fim de estreitar a união da Igreja e reprimir os abusos, isso em 1546, na cidade de Trento, no Tirol italiano. No Concílio tridentino os teólogos mais famosos da época elaboraram os decretos, que depois foram discutidos pelos bispos em sessões privadas. Interrompido várias vezes, o concílio durou 18 anos e seu trabalho somente terminou em 1562, quando suas decisões foram solenemente promulgadas em sessão pública.
Todo o corpo das doutrinas católicas havia sido discutido à luz das críticas dos protestantes. O Concílio de Trento condenou a doutrina protestante da justificação pela fé, proibiu a intervenção dos príncipes nos negócios eclesiásticos e a acumulação de benefícios. Definiu o pecado original e declarou, como texto bíblico autêntico, a tradução de São Jerônimo, denominada "Vulgata". Manteve os sete sacramentos, o celibato clerical e a indissolubilidade do matrimônio, o culto dos santos e das relíquias, a doutrina do purgatório e as indulgências e recomendou a criação de escolas para a preparação dos que quisessem ingressar no clero, denominadas seminários.
No Concílio de Trento, ao contrário dos anteriores, ficou estabelecida a supremacia dos Papas. Assim é que foi pedido a Pio IV que ratificasse as suas decisões.
Os primeiros países que aceitaram, incondicionalmente, as resoluções tridentinas foram Portugal, Espanha, Polônia e os Estados italianos. A França, agitada pelas lutas entre católicos e protestantes, demorou mais de meio século para aceitar oficialmente as normas e dogmas estatuídos pelo concílio, sendo mesmo o último país europeu a fazê-lo.

A SANTA INQUISIÇÃO

Muitas controvérsias surgiram acerca deste melindroso e delicado assunto. Se por um lado a história registra excessos e atrocidades, muitas mentiras também foram levantadas com o único objetivo de caluniar a Igreja Católica. Foram períodos duros para a Igreja, que teve de agir com veemência diante do surgimento de heresias que ameaçavam destruir os princípios básicos da Sã Doutrina. Entretanto, para entendermos os excessos e grandes abusos na aplicação do regimento da Santa Inquisição, devemos estudar também a questão da investiduras, que será tratado num tópico à parte. Resumidamente, podemos dizer que naquela ocasião os soberanos exerciam forte interferência política nas decisões regionais da Igreja, muitas vezes influenciando diretamente na escolha de bispos e padres. Muitos deles santificaram-se nos cargos em que foram investidos. Outros, porém, sem o menor resquício de vocação religiosa, aceitavam tal condição unicamente para atender os interesses dos nobres. Um tipo de influência política semelhante a história registrou no caso do julgamento de Santa Joana D'Arc, apesar de nesta época a questão das investiduras ser já uma página virada. Ao ser aprisionada quando tentava libertar a cidade de Compiègne, foi sumariamente sentenciada sem que pudesse recorrer às instâncias superiores da Igreja. Assim, apoiada pelo clero francês, acabou sendo condenada à morte como herética pelo clero inglês e, ao apelar para o Papa, o Bispo francês Pedro Cauchon, simpático à coroa inglesa, retrucou: "O Papa está muito longe". Aplicou-se , assim a pena capital através de uma decisão iníqua, maliciosa e política, sem direito à apelação, sem o conhecimento do Papa. Não é à toa ser notório que muitos acusam e responsabilizam a Santa Igreja por tais excessos. Sem conhecimento de causa, ignoraram a má conduta daqueles falsos pastores, políticos e iníquos que, usurpando suas funções eclesiais, aplicavam penas capitais baseada nos seus interesses escusos. Não fosse assim Santa Joana D'Arc não teria sido elevada aos altares, para honra dos católicos e glória de Deus.
HISTÓRIA
Pode-se dizer que a Igreja Católica foi a alma da sociedade feudal, onde o clero era constituído como a única classe letrada e, os servos e senhores, na maioria ignorantes e completamente analfabetos. Os sacerdotes, arcebispos, padres e párocos constituiam o clero secular, porque seus membros viviam na sociedade ou no mundo (do latim seculum). Os bispos governavam uma diocese constituída de várias paróquias e administravam em nome da Igreja. Já o clero regular era dividido em diversos grupos de comunidades e, cada comunidade de convento que obedecia à mesma regra, denominava-se , como ainda hoje denomina-se "ordem". A importância do clero regular na cultura medieval foi enorme. Bastaria dizer-se que as obras mestras da literatura latina chegaram até os nossos dias através dos manuscritos copiados pelos monges. O respeito que impunham criava ao redor dos mosteiros uma zona de segurança, onde a massa campesina encontrava asilo e proteção. A Igreja enaltecia a dignidade do trabalho, dando o exemplo com a operosidade de seus monges na agricultura: "Ora et labora" - reza e trabalha.
Os tribunais eclesiásticos eram importantíssimos na idade média, pois não julgavam somente os membros do clero, mas se pronunciavam sobre todos os assuntos que direta ou indiretamente se vinculavam à Igreja, tais como contratos celebrados sob juramento, testamentos, questões referentes à órfãos e viúvas, bruxarias, sacrilégios, etc.
A maneira de julgar dos tribunais eclesiásticos era sumamente mais justa que os processos bárbaros utilizados pela justiça feudal, como os "ordálios" e "juízos de Deus". Nos tribunais ordálios exigia-se que o acusado provasse sua inocência colocando a mão no fogo ou água fervente. Os "juízos de Deus" submetiam o acusador e o acusado à luta, e tinha ganho de causa o vencedor. O julgamento da Igreja Católica pautava-se por um conjunto de normas que constituíam o direito canônico, o qual proporcionava aos acusados defesa muito mais amplas e penas menos severas, razão por que a maioria das pessoas procurava estar sob jurisdição eclesiástica.
Também para coibir dissidências que pudessem eventualmente atingir os princípios básicos da sã doutrina, dispunha a Igreja da excomunhão. O excomungado era excluído da comunidade dos fiéis, não podendo receber os sacramentos e os católicos não podiam ter nenhuma relação ou contato com ele. Quando os senhores feudais excomungados persistiam em rebeldia , a Igreja lançava então a interdição, que significava a proibição da realização de qualquer cerimônia religiosa no feudo.
Os princípios básicos da Inquisição remontam ao ano de 1184, quando, pelo Concílio de Verona , tornou-se órgão de investigação e combate às heresias. O tribunal do Santo Ofício, a princípio, definiu as atribuições que seriam exercidas pelos bispos especialmente delegados, penetrando em diversos países da Europa, mas só adquiriu força na península ibérica, Itália, França e Alemanha.
Em 1231, através o Papa Gregório IX lança a bula Excommunicamus, que estabelecia a Santa Inquisição, tendo adquirido funcionamento próprio através de um decreto, de 1233, sistematizando leis e jurisprudências acerca dos crimes relativos à feitiçaria, blasfêmia, usura e heresias. Os processos eram constituídos a partir de denúncias e confissões, feitas muitas vezes para evitar de incorrer em um outro crime considerado pior: o de ser "fautor de hereges", isto é, acobertar ou fomentar as heresias. As penas aplicadas tinha uma gradação de penas que iam do jejum, multas, pequenas penitências e até a prisão. Nos casos considerados mais graves, os acusados eram entregues ao "braço secular", isto é, à autoridade civil, a qual geralmente aplicava a pena máxima da morte na fogueira, em um ato público, chamado, "auto de fé", isso em casos extremos em que o herege, voluntariamente negava-se a pedir perdão ou a retratar-se.
O estabelecimento das leis do Santo Ofício firmaram-se, principalmente, por causa da reação da própria sociedade. Praticamente unânime de pensamento e espírito cristão, mobilizam-se contra fortes correntes que rejeitam e atacam a doutrina e organização da Igreja. Tais movimentos heréticos organizam-se e influenciam fortemente o ambiente por intensa propaganda. Destacando os cátaros e albingenses, que julgam descobrir radical oposição entre o Bom (almas puras) e o Mau (resto do mundo), além de consideraram o matrimônio e a procriação como invenção do demônio; rejeitam o juramento de fidelidade, bem como os sacramentos, a hierarquia da Igreja, os dias de festa, construção de igrejas, etc. Antes de 1200, ocorrera, muitas vezes, que o povo linchasse a hereges presos, "porque tinha medo", assim reza o documento, "que o clero fosse demasiadamente clemente".
Posteriormente, após o assentamento das leis da inquisição, o bispo na qualidade de juiz papal assume os encargos da inquisição sobre determinados casos na sua jurisdição eclesiástica e, nesta fase, em inúmeros casos, tal poder eclesial assume caráter eminentemente político. O rei tinha o poder de nomear bispos e padres e tal investidura, muitas vezes, representava interesse bilateral, onde a troca de favores podia ser uma inclinação natural para personalidades voltadas à planos terrenos, e não divinos, como deveriam ser.
Em conseqüência disso, foram sendo desvirtuados os verdadeiros objetivos das leis do Santo Ofício. Pessoas condenadas à fogueira, na maioria das vezes, eram sentenciadas por membros do clero em atendimento aos interesses dos soberanos, vezes sem par, à revelia do Papa. A questão, portanto, sutilmente embaralhava questões políticas com religiosas e essa confusão ainda ecoa nos dias atuais. Sem dúvida, muitas barbaridades foram cometidas, a maioria delas em nome do Papa e da Santa Madre Igreja. Em nome da Igreja, e não pela Igreja. Daí a necessidade de pelo menos tentarmos entender, mesmo que palidamente tais questões e seus reflexos exercidos por maus pastores atraídos aos cargos eclesiásticos, não por vocação, mas com a flagrante intenção de trocas de interesses e favores políticos. Surpreendentemente, muitos destes homens que receberam tais investiduras, eram santos religiosos, piedosos. Pela inata nobreza de caráter, preferiram fidelidade a Roma a serem servis aos interesses do rei. Pagando com a vida, assumiram as honras dos altares.
Em 1542 a Inquisição foi restabelecida como órgão oficial da Igreja, revigorado e dirigido de Roma pelo Santo Ofício, sendo que seu objetivo era deter com violência o avanço protestante em Portugal, Espanha e Itália. Tempos de significativas mudanças no mapa religioso e político da Europa.
Devemos ressaltar ainda que há muitas divergências entre os historiadores sobre a questão da inquisição. Sem dúvida, o tempo nos separou daquele capítulo longínquo, de forma que estabelecer um raciocínio preciso sobre tais acontecimentos exigiria um estudo muito aprofundado sobre o assunto*. As circunstâncias da época, os conceitos da sociedade, as decisões do clero e do poder civil, toma um vulto demasiadamente complexo e talvez incompreensível para a sociedade contemporânea. O certo é que críticas a respeito e os conseqüentes ataques à Igreja sem conhecimento de causa é, no mínimo, leviandade. Como católicos sabemos que os Papas da época agiram acertadamente, e tomaram não posturas e atitudes pessoais, mas sim divinas, sob inspiração do Espírito Santo. É uma pena que os historiadores atuais tentem responsabilizar a Igreja por atos isolados praticados por outros interesses, como mencionamos. Na Eternidade, tudo será definitivamente esclarecido.
* No primeiro semestre de 2004, o Vaticano concedeu acesso aos documentos relativos ao período da inquisição, os quais estão sendo analisados por grupos de renomados cientistas e historiadores europeus. Estaremos acompanhando junto ao Site do Vaticano e publicaremos todas as matérias que tratarem do assunto oportunamente.

ORIGEM DAS CRUZADAS

As guerras entre os países de religião ocidental e os ocupantes muçulmanos na Terra Santa, principalmente em decorrência da ocupação dos lugares de veneração dos cristãos remontam ao século VII com a ocupação dos maometanos e, mais tarde, os turcos (século XI) que dominaram a região. A princípio oito batalhas, denominadas cruzadas, estenderam-se de 1095 a 1270, se bem que após esse período, durante muito tempo foram outras organizadas , porém, com características diferentes das Cruzadas primitivas.
Os cristãos na Palestina sempre haviam sido tratados com hospitalidade pelos muçulmanos. Os árabes também consideravam Jerusalém uma cidade respeitável e Jesus, segundo eles, simplesmente um dos profetas que haviam precedido Maomé. Quando Al-Hakim, o califa louco do Cairo, destruiu a igreja do Santo Sepulcro (1010), os próprios maometanos contribuíram substancialmente para a sua restauração.
Entretanto, com o avanço dos turcos modificou-se completamente a situação. Em 1070 os turcos haviam tomado Jerusalém aos árabes e começaram então as perseguições e profanações que os peregrinos narravam com cores vivas no Ocidente.
Nessa época, um piedoso peregrino chamado Pedro d'Amiens, ao retornar da Terra Santa, foi ter com o Papa Urbano II a fim de descrever-lhe os vexames dos cristãos na Palestina e profanação dos lugares santos pelos infiéis. Por este motivo, o Papa convocou o concílio de Clermont (1095), ao qual compareceram muitos príncipes do Ocidente. Lá compareceu também Pedro d'Amiens e expôs com tal emoção a triste situação do país de Cristo que todos os circunstantes, em lágrimas, romperam num grito uníssono de fé e coragem: "Deus o quer! Deus o quer! ". O Ocidente em peso pôs-se em movimento para libertar do poder dos turcos a Terra Santa.
Ocorre que antes da definição e concretização das metas, Pedro, o Eremita e um cavaleiro intitulado Gauthier Sans-Avoir (Valter Sem Tostão), anteciparam-se aos planos do Papa Urbano II e partiram para o Oriente com uma massa de 17.000 pessoas ignorantes, pobremente equipadas e sem nenhuma experiência militar. Foi um movimento paralelo e independente que partiu em direção à Nicéia sem o prévio consentimento do Papa, sob a denominação "cruzada do povo". Após uma travessia caracterizada por roubos, violências e epidemias, foram completamente trucidados pelos turcos quando atacaram aquela cidade. Por isto, não considera-se este movimento como a primeira cruzada, que teve seu início em 1096, portanto, no ano seguinte.
1ª. Cruzada
A primeira das cruzadas partiu em 1096 e teve seu término em 1099. Os maiores nomes da cristandade feudal nela figuravam, predominando franceses e normandos. Sob o comando de Godofredo de Buillon seguiram para Constantinopla. Os muçulmanos achavam-se divididos e os cruzados tomaram facilmente Antioquia. Durante um período de três anos, após renhidas batalhas, no dia 15 de julho de 1099, numa Sexta-Feira Santa, os cruzados tomaram Jerusalém. Por causa de sua coragem e piedade, os chefes dos exércitos o elegeram rei de Jerusalém. Conduziram-no à igreja do Santo Sepulcro, onde o aclamaram solenemente. Quando, porém, lhe ofereceram a coroa real, o duque recusou-se a aceitá-la e disse: "Não permita Deus que eu cinja um diadema de ouro no mesmo local em que o Rei dos reis foi coroado de espinhos". Com a finalidade de defesa foram criadas ordens militares-religiosas, como a dos Hospitalários ou Cavaleiros de São João, a dos Templários e a dos Cavaleiros Teutônicos, tendo o novo reino subsistido por quase cem anos.
2ª. Cruzada
Saladino, um aventureiro curdo, tornou-se sultão do Egito e reunindo os esforços do Egito aos de Bagdá, fez a pregação de uma guerra santa muçulmana contra os cristãos. A contra-cruzada de Saladino atingiu seu objetivo precisamente em 1187, quando Jerusalém foi retomada. Esse fato suscitou a terceira cruzada, denominada "Cruzada dos Reis".
3ª. Cruzada ("Cruzada dos Reis")
A Cruzada dos Reis foi chefiada por Frederico I (Frederico Barba Ruiva), imperador do Sacro Império Romano Germânico, Felipe Augusto, rei da França e Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra,os quais não obtiveram êxito. Frederico I morreu afogado no rio Selef, na Cicília. Felipe Augusto regressou logo, tendo perdido quase todas as suas tropas e Ricardo Coração de Leão ficou na Palestina tentando em vão tomar Jerusalém.
Esta terceira cruzada, contudo, marcou uma importante transformação nas relações entre cristãos e muçulmanos. Ricardo Coração de Leão firmou com Saladino um tratado, mediante o qual este reconhecia aos cristãos o domínio de uma faixa costeira na Síria e permitia o livre acesso dos peregrinos a Jerusalém.
4ª. Cruzada ("Cruzada Veneziana")
A quarta cruzada foi preparada por Inocêncio III, o grande Papa da Idade Média. Os franceses, principalmente, acudiram ao apelo do Pontífice. Mas os planos do Papa, de atacar o Egito e depois a Palestina, foram completamente deturpados pela influência de Veneza. A rica cidade italiana exigiu 85.000 marcos de prata para transportar os cruzados. Como não se conseguiu a quantia pedida, foi proposto um acordo pelos venezianos, no qual os cruzados os ajudariam a tomar a cidade de Zara (hoje Zadar - Iuguslávia), no Adriático, cuja prosperidade preocupava seriamente Veneza. Contra a opinião do Papa, o acordo foi feito e Zara saqueada. Em seguida os venezianos sugeriram um ataque a Constantinopla, pois não lhes interessava uma guerra contra os muçulmanos com os quais comerciavam intensamente.
Aproveitando-se das lutas internas pelo trono bizantino, os cruzados, apesar da oposição de Inocêncio III, dirigiram-se com uma frota de 480 navios para Constantinopla. A quarta cruzada transformou-se, assim, em intrigas e rivalidades entre os príncipes cristãos , fazendo com que os santos lugares caíssem no poder dos infiéis. Além disto, Constantinopla foi saqueada totalmente, parcialmente destruída e, em meio à pilhagem, preciosos manuscritos foram inutilizados ou perdidos e milhares de obras-primas foram roubadas, mutiladas ou esfaceladas.
5ª. e 6ª. Cruzadas
A quinta cruzada dirigida por André II da Hungria, não teve grande importância histórica. A sexta, no entanto, comandada por Frederico II, alcançou a Palestina. Frederico II, como havia sido excomungado, não recebeu cooperação cristã. Por ter conhecimentos em ciência e filosofia árabes, acabou entendendo-se amistosamente com o sultão Al-Kamil, ocasião em que assinaram um tratado mediante o qual o Islã cedia aos cristãos Acre, Jafa, Sidon, Nazaré, Belém e toda a Jerusalém.
7ª e 8ª Cruzadas
A sétima e oitava cruzadas foram empreendidas por Luís IX (São Luís), rei da França. Na sétima cruzada foi ocupada a cidade de Damieta, mas logo em seguida foi feito prisioneiro o bom rei francês, tendo sido obrigado a pagar pesado resgate. Em 1270 empreendeu uma expedição a Túnis (8ª. Cruzada), onde faleceu, vítima de uma epidemia.
<> Consequência sociais e religiosas das Cruzadas <>
Os efeitos das cruzadas sobre a vida econômica e social da Europa constituem pontos de divergência entre os modernos historiadores. Não se pode afirmar que as Cruzadas tenham ocasionado a ruína do feudalismo. A desintegração feudal era um processo já em evolução e para ele talvez tenha contribuido mais a peste negra (que matou um terço da população européia) do que as Cruzadas. Todavia, as Cruzadas apressaram a emancipação do povo. Muitos camponeses aproveitaram-se da ausência de seus senhores para libertarem-se da escravidão.
Ademais, os grandes centros da civilização sarracena não eram Jerusalém e Antioquia, mas sim Bagdá , Damasco, Toledo e Córdoba, não visados pelas expedições cristãs. Contudo, foi sensível o incremento do comércio oriental. A prosperidade de cidades comerciais italianas que substituíram Constantinopla como mediadora entre o comércio do Oriente e do Ocidente, foi paralela ao impulso recebido pela economia monetária da Europa.
É inegável que as Cruzadas estimularam o interesse pelas explorações e descobrimentos. Marcaram sem dúvida, o começo da expansão da fronteira européia.
Paralelamente, no campo religioso, as fronteiras excitaram em todo o oriente nova vida e expansão de ordens religiosas. Devido às invasões dos povos bárbaros, as ciências por longo tempo se haviam refugiado nos conventos; então, porém, recomeçavam a espalhar-se entre o povo. Fundaram-se universidades e escolas, como em Paris e Colônia, cujas cátedras eram ocupadas por homens distintos e de vasto saber: Santo Anselmo, 1109; Alexandre de Hales, 1245; Santo Alberto Magno, 1280; São Tomaz de Aquino, padroeiro das escolas Católicas, 1274; São Boaventura, 1274; Venerável Duns Escoto, o "Doutor Franciscano", 1308.
Mais de dois milhões de homens aí sacrificaram suas vidas. Tantos sacrifícios não eram vãos, pois grandes benefícios decorreram dessas cruzadas, para toda a sociedade. Também destaca-se a fundação de ordens religiosas militares: A Ordem dos Cavaleiros de São João e a dos Cavaleiros Teutônicos, como mencionamos no início, que tinham por fim aliviar os sofrimentos dos cristãos no oriente e combater os sarracenos.
As principais ordens monásticas fundadas durante esta época são: a dos camaldulenses, por São Romualdo (1037); dos cartuchos, por São Bruno (1101); dos premonstratenses, por São Norberto (1134); dos cistercienses, por São Roberto e São Bernardo (1153); dos carmelitas, pelo b. Alberto (1214); e dos franciscanos, por São Francisco de Assis (1226).
Em toda a parte floresceu a santa religião. Os fiéis construíram catedrais magníficas, que ainda hoje causam admiração e a fundação dessas e outras ordens religiosas dava à Igreja um brilho especial. Grande é o número de santos que estas ordens contam em seu grêmio. A toda a parte do mundo mandaram seus missionários, para pregarem o Evangelho.

Protestantismo

Introdução -
A grande crise religiosa do século XVI, conhecida por protestantismo, foi um dos movimentos que mais tipicamente definiu a insubordinação dentro de setores da Igreja. Inegável que existia a ignorância e a corrupção, incrustada em diversos setores e membros do clero. Entretanto, na época de São Francisco de Assis não foi diferente, mas sua atitude de fidelidade ao Papa e à Igreja, fizeram que seu nome fosse respeitado e venerado no mundo inteiro. Sua personalidade empolga, ainda hoje, todas as camadas da sociedade. Ele é o consolo dos fiéis, a alegria da Itália e o orgulho da Igreja.
Já a insurreição movida por Martinho Lutero, deixa clara a sua intenção orgulhosa em afrontar a hierarquia da Igreja. A propagação de suas idéias acarretaram uma grande cisão religiosa e conseqüentemente numa verdadeira avalanche política na Europa. A contestação dos dogmas e o ataque à organização da Igreja, repousavam no desprestígio do papado diante da crescente influência dos soberanos europeus que, por questões meramente políticas, influíam nas decisões regionais do clero, tendo a corrupção moral tomado conta de diversos setores da Igreja. Além disto, tornou-se difícil a interferência direta do Papa em tais questões, principalmente, por causa das distâncias. Como nos fins da Idade Média o espírito de independência desenvolveu-se em vários países, onde o nacionalismo crescente se ressentia de qualquer influência exterior, notadamente do Papa, os príncipes e monarcas interessados em aumentar seu poder, tinham a intenção de colocar a Igreja numa posição dependente. Vejamos:
HISTÓRIA
Conhecida com o nome de Reforma Protestante, teve suas raízes em movimentos religiosos da Idade Média, dirigidos por John Wyclif e João Huss. Esses movimentos haviam sido abafados, mas, na Inglaterra e na Boêmia, persistiam em estado latente as tendências que, combinadas posteriormente com causas muito complexas, fizeram eclodir a insurreição luterana na Alemanha.
Wyclif (1324-1384) foi professor de teologia da Universidade de Oxford, que se insurgira contra os tributos cobrados pela Igreja e declarara ser a Bíblia a única regra de fé, sendo livre a sua interpretação. Seus seguidores deram ao movimento um caráter de luta social contra a nobreza, e chefiados por John Ball, revoltaram-se em 1383, tendo conseguido entrar em Londres, onde, enganados por Ricardo II, foram eliminados completamente, sendo seus chefes decapitados.
João Huss, professor professor da Universidade de Praga, influenciado pelas idéias de Wyclif, tornou-se o chefe de um movimento religioso nacionalista de caráter antigermânico e antipapista. Havendo comparecido ao Concílio de Constança para justificar-se sob o ponto de vista doutrinário, foi considerado herético. Além disto, acabou sendo executado, não obstante possuir um salvo-conduto dado pelo imperador germânico. A execução de João Huss, desencadeou sangrenta guerra religiosa na Boêmia.
Nos primeiros anos do século X a Igreja atravessava um período difícil. A venda de cargos eclesiásticos e de indulgências, a diminuição do prestígio do papado pela influência dos soberanos que efetivamente influíam diretamente em decisões regionalizadas da Igreja, criaram um ambiente favorável para a difusão do movimento separatista protestante. Paralelamente, o forte espírito de independência já nos fins da Idade Média, desenvolveu-se em vários países, cujo nacionalismo crescente punha de lado qualquer interferência do Papa, considerado como estrangeiro. Os príncipes e monarcas habilmente exploraram esse nacionalismo, interessados em aumentar seu poder, intencionando colocar a Igreja numa situação de dependência. Deve-se considerar também o patrimônio da Igreja, que despertou a cobiça de reis e nobres, desejosos de anexarem às suas terras as propriedades dos bispados e mosteiros, adquiridos, durante séculos, pelas doações dos fiéis e que constituíam um terço do território alemão e um quinto da França. A isenção de impostos sobre estes domínios por certo aguçava o interesse das classes dominantes.
Já os motivos religiosos que completaram o conjunto de causas da reforma haviam sido provocados, de uma certa forma, pela influência do espírito crítico do humanismo. A contestação de dogmas e a crítica radical à hierarquia e estrutura da Igreja, basearam-se numa reação contra o pensamento de São Tomás de Aquino, sobretudo quanto ao livre arbítrio e os Sacramentos. O pensamento dos reformadores orientava-se, de certa maneira, de acordo com uma teoria na qual o livre arbítrio era sensivelmente prejudicado pela concepção do homem como um ser totalmente depravado, cuja salvação dependia da vontade divina. Outro fator importante era o grande número de padres que, sem nenhuma vocação religiosa, prejudicavam de maneira contundente o primado espiritual e a organização da Igreja. Nessas circunstâncias e nessa época, nasceu Martinho Lutero.
Lutero
Filho de família humilde, Martinho Lutero nasceu em Eilesben em 1483. A morte de dois companheiros o impressionou de tal maneira que, repentinamente, abandonou o curso de direito e ingressou no Convento Agostiniano de Erfurt. Logo depois foi nomeado professor da Universidade de Wittenberg. Uma viagem a Roma parece ter exercido grande influência em suas idéias já distanciadas da ortodoxia católica. Seu rompimento com a Igreja foi provocado diretamente pelo fato de Tetzel, um monge dominicano haver, em nome do Papa, percorrido algumas regiões alemãs reunindo fundos para a reparação da Igreja de São Pedro. A Lutero tal fato pareceu apenas uma venda de indulgências. A princípio as discussões entre ambos parecia apenas uma contenda entre frades, mas o rumo de franca rebelião dado por Lutero ao pregar suas teses na porta da igreja local, levou o Papa Leão X a interferir junto à ordem dos agostinianos para que o frade rebelde se retratasse, o que não se deu.
Em 1520, as idéias de Lutero foram condenadas numa bula promulgada por Leão X, e lhe foi dado o prazo de 60 (sessenta) dias para retratar-se, sob pena de heresia. Lutero queimou publicamente a bula papal. Carlos V, soberano do Sacro Império Romano Germânico, a quem preocupava o movimento iniciado pelo rebelde, intimou-o a comparecer à Dieta de Worms. Nela, Lutero reafirmou suas idéias e, garantido por um salvo-conduto, refugiou-se num castelo de seu amigo Frederico III, da Saxônia.
Lutero havia desencadeado uma onda de descontentamento e de revolta social. Em 1522 rebentava uma tremenda rebelião da pequena nobreza, abafada pelos exércitos da alta nobreza com o apoio da Igreja. Logo em seguida, em 1524, um levante de classes inferiores estourou no sul da Alemanha, com reivindicações de liberdade e igualdade social, que acabou dominada pelos nobres, prestigiados pelo próprio Lutero que os apoiou na repressão da rebelião campesina, na qual era nítida a influência dos anabistas. Estes constituíam o grupo protestante mais radical de seu tempo. Recomendavam aos cristãos a divisão dos bens e recusavam a prestação de serviço militar. Nessa altura dos acontecimentos, os protestantes já constituíam uma força político-religiosa na Alemanha e, parte da nobreza, se havia apoderado dos bens do clero católico.
Reuniu-se a Dieta de Spira (1526-1529), para resolver as grandes divergências existentes entre católicos e reformistas. Pediram os católicos que não fosse abolida a missa nos lugares onde ainda era celebrada e que fosse proibida a pregação doutrinária dos reformistas, nos lugares onde ainda não haviam dominado. Os luteranos protestaram contra estes pedidos, donde lhes veio o nome de "protestantes", pelo qual ainda hoje são conhecidos.
Consequências
Tal movimento expandiu-se pela Europa. Na Suécia e Dinamarca o protestantismo tornou-se religião oficial. Na Suécia, sua implantação foi política, pois o rei Gustavo Wasa, desejando anular a autoridade dos bispos, recuperou os domínios que haviam sido legados à Igreja Católica, fazendo profissão de fé luterana e procurando-a introduzir em todo o reino. Na Dinamarca, Frederido I declarou-se abertamente protestante e, mais tarde, seu filho Cristiano III aboliu a hierarquia católica e confiscou-lhe os bens. Na Suíça a reforma foi introduzida por Ulrich Zwinglio que, persuasivo, atraiu tão grande número de adeptos a ponto de, em 1529, provocar uma guerra civil-religiosa, na qual morreu. Enquanto a Suíça se debatia entre os dois grandes partidos políticos, chega a Genebra João Calvino, que sofrera profunda influência dos discípulos de Lutero. Definiu elementos básicos de sua teologia em sua Instituições da Religião Cristã. Alastrou-se o calvinismo pela Holanda e França, tendo também se infiltrado nos reformistas da Inglaterra (puritanos) e da Irlanda (presbiterianos).
Na Inglaterra, a revolução protestante teve como causa, entre outras, o casamento de Henrique VIII com Ana Bolena. O Soberano inglês era casado com Catarina de Aragão, mas apaixonara-se por Ana Bolena e pedira ao Papa Clemente VII a anulação de seu casamento, usando como pretexto a suposta existência de parentesco com a própria esposa. Não tendo conseguido o intento, Henrique VIII convocou uma assembléia do clero que o reconheceu como chefe da igreja anglicana, conseguindo, junto ao Parlamento abolição dos pagamentos de rendas ao Papa e proclamaram a igreja anglicana como órgão oficial sob autoridade exclusiva do rei.
Reação Católica
Antes mesmo do movimento reformista, já havia conhecido a Igreja um movimento de revivescência religiosa, iniciado pelo Cardeal Ximenes, na Espanha, onde se fundaram escolas, coibiram-se os abusos nos mosteiros e foram os padres obrigados a aceitar sua responsabilidade de dirigentes espirituais. Na Itália, já um grupo de padres fervorosos vinha trabalhando por uma recuperação do antigo espírito cristão, através de obras de caridade e serviço social. Destacaram-se os teatinos, com votos de pobreza, castidade e obediência, e os capuchinhos, que pretendiam seguir a mesma trilha de são Francisco. Além disso, comunidades religiosas organizaram-se, novas ordens foram fundadas, dentre as quais a Companhia de Jesus, ou Ordem dos Jesuítas, que é a que melhor caracteriza o espírito de reação católica. Seu fundador foi Santo Inácio de Loyola. Como antigo oficial espanhol, ficou gravemente ferido no cerco de Pamplona. Durante sua prolongada convalescência, converteu-se e transformou-se num batalhador da causa católica, num dos momentos mais críticos da Igreja, ou seja, durante a expansão luterana. Deu à sua companhia uma organização pautada em moldes militares. Com as armas do ensino, da prédica e da catequese, os jesuítas infiltraram-se nas hostes luteranas, cristianizaram a américa espanhola, penetraram na China, no Japão, na Índia e evangelizaram o Brasil, onde destaca-se o nosso grande Padre José de Anchieta.
A reação católica, comumente denominada "contra-reforma", foi orientada por seis grandes Papas: Paulo III, Júlio III, Paulo IV, Pio V, Gregório XIII e Sisto V.
Para saber mais:
- Em 1542 a Inquisição foi restabelecida como órgão oficial da Igreja, dirigido de Roma pelo Santo Ofício, sendo que seu objetivo era deter com violência o avanço protestante em Portugal, Espanha e Itália. Para saber mais consulte a história da Inquisição (desde a sua criação em 1231 pela bula Excommunicamus - do Papa Gregório IX, até seu restabelecimento em 1542).
- Consulte também o Concílio de Trento, que discutiu o corpo das doutrinas católicas baseadas nas críticas dos protestantes.
- Para entendermos como reis e imperadores decidiam diretamente nos setores regionalizados dos membros do clero, inclusive, intervindo na eleição de dignitários da Igreja, fato que foi duramente combatido pelo grande Papa Gregório VII muito antes da reforma protestante, ou seja, no século XI, consulte a questão das Investiduras.
- Recentemente, em 1982, um grupo de teólogos luteranos firmaram um documento, denominado "Manifesto de Dresden", onde os protestantes se questionam sobre sua recusa e indiferença à Maria Santíssima, já que o próprio Martinho Lutero foi devoto de Maria até à morte, dentre outras questões, principalmente a perplexidade diante das recentes aparições de Nossa Senhora e da infinidade de milagres cientificamente comprovados. Vale a pena ler.

AS IMAGENS NA IGREJA CATÓLICA

Tanto no Êxodo como no Deuteronômio, a proibição de imagens refere-se à imagem dos deuses estrangeiros e não de qualquer espécie de desenho, pintura ou escultura. Trata-se de ídolos e de figuras de deuses falsos que tomavam formas de pessoas, animais, astros, etc. Tanto é assim que o mesmo Deus mandou Moisés fazer uma serpente de bronze, que foi colocada num suporte e, vendo-a, os hebreus ficavam curados de suas feridas. Esta imagem da serpente era prefigurativa de Jesus pregado na cruz: "Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem, para que todo o homem que nele crer, tenha a vida eterna" (Jo III,14s). Além disso, Deus determinou a Moisés fazer dois querubins para cobrirem o propiciatório: Êx XXV, 18s. Salomão, quando construiu o templo, mandou fazer também querubins e outras figuras várias, entre as quais leões e bois: I Re VII, 29. Nem por isso o templo foi do desagrado de Deus. As proibições impostas por Deus destinavam-se a proteger o pequeno povo de Israel, cercado de tantos povos idólatras e ele mesmo propenso à idolatria, do perigo dessa idolatria. Uma coisa é imagem, outra é ídolo. O mesmo Deus que proibiu fazer imagens (de ídolos) mandou fazer imagens (não de ídolos), como a serpente de bronze, os querubins.
Qualificar de superstição e hipocrisia os ornamentos de Igrejas ou quadros e imagens de santos, pode ser ignorância, quando não for maldade ou impiedade. O culto das imagens sempre teve inimigos na história, fato que ainda persiste em nossos dias. Não percebem (ou não querem perceber) que imagem só podemos fazer de pessoas visíveis, como de Nosso Senhor, de Nossa Senhora, dos Anjos, dos Santos Apóstolos, etc. Não trata-se da adoração ou culto da imagem pela imagem, ou que possuam poder sobrenatural ou maravilhoso, o que seria superstição e idolatria. Veneramos uma imagem sacra mostrando nosso afeto à pessoa por ela representada, assim como temos amor ao retrato de pessoas queridas, onde o papel em que é feito não diz absolutamente nada, mas sim o que ele representa, ou seja, a imagem dos pais, de um irmão, de um ente que já se foi.
A veneração das imagens é antiquíssima na Igreja e de origem apostólica. São valores artísticos que elevam a alma das pessoas às práticas das virtudes e da piedade.
A Igreja Católica, nos concílios de Nicéia e Trento, aprovou e recomendou o culto das imagens. A doutrina da Igreja, sobre as imagens e o respectivo culto, está resumida nos seguintes pontos:
1. As imagens não são ídolos, a que os fiéis devam render homenagem. Imagem nenhuma possui um poder oculto ou latente, em virtude do qual se lhe deva prestar culto e veneração.
2. É proibido fazer petições às imagens e nelas depositar uma confiança como se fossem doadores de graças e benefícios. A imagem deve ser para o católico um meio, um instrumento, que lhe facilite elevar os pensamentos acima desta terra, às coisas sobrenaturais e divinas.
3. A veneração, o respeito que se tem às imagens, tem por objeto, não a imagem como tal, mas a pessoa por ela representada, isto é, Nosso Senhor Jesus Cristo, sua Santa Mãe e os Santos. A imagem não é nada mais que imagem, que nos lembra os benefícios que Deus dá à criatura humana; lembra-nos o poder dos Santos, como amigos de Deus e suas virtudes, que devemos imitar. Nada, pois, tem o culto das imagens com idolatria ou superstição.
*************
No ano de 725, São Germano opôs-se com toda a sua energia contra essa perseguição sacrílega, perpetrada pelo Imperador de Constantinopla, Leão - o Isaurio, que ao assumir o trono declarou publicamente proteger a fé católica, o que, aliás não cumpriu, pois naquele ano iniciou campanha contra o culto das imagens.
A luta tomou feições muito sérias. São Germano defendeu, no púlpito e em escritos, a doutrina sobre o culto das imagens. Em conferências particulares que teve com o Imperador, mostrou a este a inconveniência e a criminalidade daquele proceder. Não conseguiu, porém, mudar as idéias do iconoclasta. Quando, em 730, Leão exigiu de São Germano a assinatura de um decreto que determinava a destruição das imagens sacras, o Santo declarou: "Senhor, tomar uma medida contra a fé, é-me impossível". Esta profissão de fé acarretou ao octogenário, não só o ódio do Imperador, mas a expulsão de Constantinopla, em condições mui humilhantes, tendo que retirar-se para Platino.
Em defesa das imagens, São Germano opôs resistência tenacíssima aos iconoclastas, negando-se peremptoriamente a assinar uma proibição imperial, que tinha por objeto o fim do culto das imagens e sua conseqüente destruição. Ainda hoje, a Igreja sofre tais ataques sistematicamente articulados com a finalidade de atingir a Igreja de Cristo. As portas do inferno não tem poder de prevalecer contra Ela.
CONCLUSÃO
Os católicos não devem se deixar levar por conceitos errôneos a respeito das imagens, que nada mais são do que meras representações elaboradas por hábeis artistas. Devemos saber discernir o abismo que separa a IMAGEM do ÍDOLO. Recorrendo às Escrituras constaremos que nós mesmos, os seres humanos, fomos feitos à IMAGEM e semelhança de Deus, portanto, o Criador foi quem criou a primeira IMAGEM de si próprio. Isto para nos lembrar que, por pior que seja o nosso semelhante, devemos ver nele a IMAGEM do próprio Deus. (Verifique - artigo I do livro "Oriente" - de onde extraímos esta oportuna constatação)
Representações idólatras em diversas formas como: figas, patuás, pés-de-coelho, pirâmides, etc..., sutilmente propaladas como objetos para uso em simpatias ou superstições inofensivas, devem ser combatidas com veemência, já que imprimem influências extremamente comprometedoras à salvação da alma. A adoração ou uso destes amuletos, mesmo em decorrência de modismos ingenuamente sutis, ofendem muito a Nosso Senhor, pois que toda a nossa confiança deve estar concentrada no poder de Deus. Quem cultua, pratica ou difunde a adoração destes objetos, sem dúvida, prestará contas no dia do Juízo.
O homem em sua vida sensitiva, muito depende das coisas que o rodeiam. Como o cristão prudente e sincero procura afastar de si todas as más influências, com prazer se inclinará a tudo que em sua alma for capaz de produzir boas impressões e elevá-las a Deus e às coisas santas. É este o motivo porque a Igreja orna o interior dos templos com belos quadros e imagens de santos. O Aspecto destas coisas desperta na alma pensamentos salutares, o desejo de imitar o exemplo da virtude daqueles que se santificaram na lei de Deus.

Calendário Eclesiástico (Festas fixas e móveis)

INTRODUÇÃO
É o calendário oficial da Igreja Católica Apostólica Romana, sendo adotado, via de regra, em todos os países católicos e também em alguns protestantes. Ele é misto, sendo regulado tanto pelo ano solar como pelo lunar, dando origem às festas móveis.
CALENDÁRIO DAS FESTAS MÓVEIS - ANO 2004 a 2010
ANO
Cinzas
Ramos
Paixão *
Páscoa
Ascensão
Pentecostes
SS. Trindade
Corpus Christi
2004
25/02
04/04
09/04
11/04
23/05
30/05
06/06
10/06
2005
09/02
20/03
25/03
27/03
08/05
15/05
22/05
26/05
2006
01/03
09/04
14/04
16/04
28/05
04/06
11/06
15/06
2007
21/02
01/04
06/04
08/04
20/05
27/05
03/06
07/06
2008
06/02
16/03
21/03
23/03
04/05
11/05
18/05
22/05
2009
25/02
05/04
10/04
12/04
24/05
31/05
07/06
11/06
2010
17/02
28/03
02/04
04/04
16/05
23/05
30/05
03/06
Observações:
1) A Festa do Sagrado coração de Jesus Comemora-se sempre no 2º. Domingo após Pentecostes
2) * "Paixão", acima, refere-se à sexta feira que antecede a Páscoa. Não confundir com "Domingo da Paixão" (hoje o 5º. Domingo da Quaresma) que é o Domingo que antecede Ramos. Clique aqui para visualizar esta grade.

POR QUÊ A IGREJA ESTABELECEU AS FESTAS MÓVEIS?
Nos tópicos seguintes iremos estudar por quê a Quarta-Feira de Cinzas e a Páscoa não possuem data fixa de comemoração.
Todas as festas da Igreja que tem como ponto de referência a Páscoa, são denominadas festas móveis porque baseadas no calendário lunar (judaico) e adaptadas ao nosso calendário (gregoriano). Comecemos relembrando, em resumo, o significado da Páscoa Judaica e da Páscoa Cristã:
PASCOA JUDAICA (breve resumo) - No Antigo Testamento, sabemos que Moisés, sob a guia divina, tornou-se chefe do povo oprimido que encontrava-se sob o jugo dos egípcios, adversários do povo eleito, sob o comando do Faraó que usava de seus poderes terrenos para contrariar os planos divinos. Deus manifesta seu poder através de Moisés, mediante diversos sinais e castigos, mas o coração endurecido do Faraó não acena com nenhum sinal de arrependimento. Durante a libertação do povo guiado por Moisés, Deus institui a celebração da Páscoa através de Moisés e Aarão, mandando dizer a toda a assembléia de Israel que tomasse um cordeiro que deveria ser imolado em data determinada, devendo seu sangue ser tomado, posto sobre as duas ombreiras e sobre a verga da porta da casa. Deus disse ainda que naquela noite passaria através do Egito para exercer sua justiça, ferindo de morte os filhos primogênitos dos Egípcios, mas que passaria adiante das casas marcadas com o sangue do cordeiro. E Deus mandou seu Anjo, e assim foi feito.
"Conservareis a memória daquele dia, celebrando-o como uma festa em honra do Senhor: Fareis isto de geração em geração, pois é uma instituição perpétua" (Ex 12, 14)
Desta forma ficou instituída a a festa da Páscoa, comemorada até os dias atuais pelo povo judeu. O extermínio dos filhos dos egípcios testemunha que o povo eleito, libertado, terá que viver daí em diante, no temor de Deus e reconhecido o seu grande benfeitor. (Veja tudo sobre a instituição da Páscoa no Livro do Êxodo, cap. 12)
PÁSCOA CRISTÃ (breve esumo) - A instituição da Páscoa Cristã encontra-se na imolação de Cristo. Enquanto na primeira festa de Páscoa Deus liberta o povo da escravidão e proclama a sua Aliança com o povo de Israel, na segunda, o próprio Deus torna-se o Cordeiro Imolado para libertar o povo do jugo do pecado e do demônio. Desta vez, o Sangue de Jesus, do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, definitivamente liberta toda a humanidade com sua Paixão, Morte e Ressurreição.
"Purificai-vos do velho fermento, para que sejais massa nova, porque sois pães ázimos, porquanto Cristo, nossa Páscoa, foi imolado". (I Cor 5, 7)
* * * * * * * * *
Recordando: Memorizados os aspectos centrais da Páscoa Judaica e da Páscoa Cristã, recordemos que Jesus veio ao mundo em cumprimento das Escrituras e por Seu desígnio foi crucificado justamente no dia da preparação da festa da Páscoa, para que, a partir de sua Paixão, Morte e Ressureição fosse instituída a Nova Aliança. Para que fosse instituída a grande e solene Páscoa, como num reflexo pleno da primeira festa de Páscoa.
CONCLUINDO:
Como a festa da Páscoa Judaica, coincide exatamente com o dia da imolação de Cristo, estabeleceu-se já naquele momento, por desígnio de Deus, o dia 14 de Nisã (do calendário judaico ou hebraico), como data de referência à comemoração da Páscoa Cristã. (Encontro da Primeira com a Segunda Aliança)
Assim, a Páscoa judaica é sempre celebrada na 1ª. lua cheia da primavera do hemisfério norte, na noite de 14 para 15 de Nisã . A Páscoa Cristã ficou fixada como o 1ª Domingo posterior à referida 1ª lua cheia, ou seja, no primeiro domingo após a comemoração da Páscoa dos Judeus.
Como o calendário judaico é baseado nos ciclos da lua, explica-se os motivos da variação em nosso calendário, que é solar e por isso, para nós, o Domingo de Páscoa varia entre 22 de março e 25 de abril. Fixado, assim, a festa da Páscoa para determinado ano, todas as outras festas também se movem desde a septuagésima até Corpus Christi, conforme a tabela do início deste artigo.
Em síntese: É usado como referência não o nosso calendário, mas sim o judaico. Fixada a data da Páscoa pelo calendário judaico, adaptamos tal data ao nosso para que a partir daí, possamos estabelecer as datas, desde a septuagésima até Corpus Christi, conforme da grade abaixo. Estabelecido o dia da Páscoa, aí sim, todas as outras festas móveis o acompanham.
O Carnaval apesar de ser uma festa pagã, também se move com o calendário eclesiástico e é sempre comemorado sete domingos antes do Domingo de Páscoa. As festas são permitidas até a quarta-feira de cinzas, quando inicia-se a Quaresma, tempo de 40 dias de jejum e abstinência em preparação à festa da Páscoa, ou seja, data que celebramos a Ressurreição de Cristo.
Festas Móveis - Tem por referência a Páscoa e são as seguintes:
Septuagésima
65 dias antes da Páscoa
Quinquagésima
49 dias antes da Páscoa
Cinzas
Do último dia da Quinquagésima, conta-se a primeira 4ª. feira seguinte
Domingo da Paixão
(Hoje o 5º Domingo da Quaresma)
14 dias antes da Páscoa(Domingo que antecede Ramos)
Ramos
É o Domingo que antecede o Domingo de Páscoa, portanto, 7 dias antes.
Ascensão
40 dias depois da Páscoa (Caindo o 40.º dia em dia de semana, comemora-se no Domingo seguinte)
Pentecostes
50 dias depois da Páscoa (Ou o 1.º Domingo após o Domingo da Ascensão)
SS. Trindade
57 dias depois da Páscoa (1º. Domingo após Pentecostes)
Corpus Christi
Quinta-feira seguinte, após a comemoração da festa da SS. Trindade
Obs: A Festa do Sagrado coração de Jesus Comemora-se sempre no 2º. Domingo após Pentecostes
PRINCIPAIS FESTAS FIXAS
Como o próprio nome sugere, "festas fixas" são aquelas cujas datas de comemoração não variam, permanecem sempre imutáveis conforme estabelece o Calendário Romano Geral. São tipificadas por festa ou solenidade. As demais comemorações que não pertençam à grade abaixo, por exemplo, de um santo padroeiro, são tipificadas em memória.
MÊS
Dia (s) comemorativo (s) e celebração
Tipificação
Janeiro
1. - Santa Maria, Mãe de Deus
Solenidade
6. - Epifania (com. no Domingo)
Solenidade
Entre 9 e 13 - Batismo do Senhor (com. no Domingo)
Festa
25. - Conversão de São Paulo Apóstolo
Festa
Fevereiro
2. - Apresentação do Senhor
Festa
22. - Cátedra de São Pedro, Apóstolo
Festa
Março
19. - São José, Esposo de Nossa Senhora
Solenidade
25. - Anunciação do Senhor
Solenidade
Abril
25. - São Marcos Evangelista
Festa
Maio
3. - São Filipe e São Tiago, Apóstolos
Festa
14. - São Matias, Apóstolo
Festa
Festa
31. - Nossa Senhora Rainha (Visitação de Nossa Senhora)
Junho
24. - Nascimento de São João Batista
Solenidade
29. - São Pedro e São Paulo, Apóstolos
Solenidade
Julho
3. - São Tomé, Apóstolo
Festa
25. - São Tiago, Apóstolo
Festa
Agosto
6. - Transfiguração do Senhor
Festa
10 - São Lourenço, Diácono e Mártir
Festa
15 - Assunção de Nossa Senhora
Solenidade
23 - Santa Rosa de Lima, Virgem
Festa
24 - São Bartolomeu, Apóstolo
Festa
Setembro
8. - Natividade de Nossa Senhora
Festa
14.- Exaltação da Santa Cruz
Festa
21. - São Mateus, Apóstolo e Evangelista
Festa
29. - São Miguel, São Gabriel e São Rafael Arcanjos
Festa
Outubro
18. - São Lucas Evangelista
Festa
28. - São Simão e São Judas, Apóstolos
Festa
Novembro
1. - Todos os Santos
Solenidade
2. - Comemoração dos Fiéis Defuntos (Finados)
Solenidade
9. - Dedicação da Basílica do Latrão
Festa
30. - Santo André, Apóstolo
Festa
Cristo, Rei do Universo (Último Domingo do tempo comum)
Solenidade
Dezembro
8. - Imaculada Conceição de Nossa Senhora
Solenidade
12. - Nossa Senhora de Guadalupe
Festa
25. - Natal do Senhor
Solenidade
26. - Santo Estevão, primeiro Mártir
Festa
27. - São João, Apóstolo e Evangelista
Festa
28. - Santos Inocentes Mártires
Festa
Sagrada Família - Dentro da Oitava do Natal, ou na sua falta, dia 30
Festa

OS NÃO-BATIZADOS

Introdução
Com relação ao local para onde vão as almas que morreram sem o batismo ou seu caminho percorrido, a Igreja não estabeleceu um conceito rígido ou uma regra bem definida sobre o assunto, mesmo porque nas Sagradas Escrituras não encontramos alusões explícitas sobre isto, ao contrário das evidentes ocorrências da existência do Céu, do Inferno e Purgatório. De concreto mesmo, temos a resposta que Jesus deu a Nicodemos ao indagá-lo sobre o batismo: "Em verdade, em verdade Eu te digo: quem não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus" (Jo 3, 4-5). Este é o ponto de partida para a compreensão de que, sem o Batismo, via de regra, não há salvação. Devemos considerar ainda que o limbo (definido como um estado de repouso estático) era o lugar para onde iam as almas dos justos falecidos antes de Cristo e que teria deixado de existir após o sacrifício de Jesus. Já as almas das crianças mortas sem batismo, teoricamente ainda iriam para o limbo, lá permanecendo até o dia da Ressurreição. Teoricamente, já que a Igreja também não o define. Ainda dentro deste raciocínio, consideremos que quando Jesus se deixa batizar por João Batista, representou ali todas pessoas não-batizadas, ou seja, deixou-se batizar vicariamente para proporcionar misericordiosamente a salvação dos pagãos, que passaram seus dias na terra como homens justos.
A Igreja, durante o curso de sua história, deparou-se com uma infinidade de conjecturas acêrca do caminho que teria sido, ou que será percorrido pelas almas pagãs até a eternidade. Muitos santos se debruçaram sobre o assunto, como veremos adiante (Santo Agostinho, São Jerônimo, Santo Anselmo, estes especificamente no caso das crianças não batizadas).
Em linhas gerais, nós leigos, não necessitamos investigar tal magnitude, mesmo porque o plano da salvação transcende, está nas mãos de Deus. Jesus expressa claramente que quer a salvação de todos, sendo mais explícito ainda com relação ao seu afeto especial pelas crianças. No entanto, o enigma, por si próprio, deve acentuar nosso insigne compromisso ante a gravidade posta por Jesus a quem não receber o Sacramento. Eis o nosso empenho para que todos ingressem na Igreja pelo Batismo e cumpram fielmente seus preceitos em busca da salvação pessoal e dos irmãos.

ADULTOS NÃO-BATIZADOS
Os adultos não-batizados tem, de qualquer forma, contato com Jesus, pelo próprio fato de terem nascido. Pois tem a Jesus como "co-homem". A Igreja está convencida de que, se forem de sincera boa vontade, participam na salvação de Cristo. A fidelidade à sua missão de vida e à serviçalidade até ao fim, fazem com que também eles sejam batizados com o batismo com que Jesus foi batizado. Se alguém não-batizado for morto, expressamente por causa de Jesus, recebe o que chamamos de "batismo de sangue". Nos outros casos, fala-se em "batismo de desejo", mesmo se esse desejo de batismo for inconsciente. Qualquer um que deseje ser "obediente até à morte" é atingido pelo batismo cristão. Esse "batismo dos não batizados" não é algo de meramente interno: É ele a prontidão e serviçalidade de toda a sua vida e morte.
Mas isto não quer dizer que se pode passar sem o sinal eficaz do batismo da água. Pois este mostra que precisamos do perdão dos pecados, proclama que o Senhor está em contato conosco, e reúne-nos, visível e tangivelmente, em um só povo, ao qual é dado o Espírito e no qual age a remissão dos pecados.
Não se trata aqui de insignificantes "questões de forma". O batismo de água faz parte integrante da mensagem cristã, de escolha de vida, da intensidade do perdão de cristo. Efetua assim uma realidade, um fermento no mundo. O que alhures permanece indeterminado e vago recebe determinação, forma e intensidade lá onde a Igreja de Cristo age, também através do batismo de água, visivelmente neste mundo. Pelo que, não pode menosprezar o batismo aquele que crê em Cristo e sabe que existe o batismo.
Além disso, no batismo de um novo cristão torna-se visível o que Deus deseja fazer também com outros e o que Ele já principia a fazer. Se vosso filho é batizado, acontece isso também em prol de muitos outros. Mesmo se estes não forem batizados, vivem, no entanto, numa humanidade (ou até num ambiente) e que se batiza. Os cristãos são, de certo modo, também batizados por eles.

AS CRIANÇAS NÃO- BATIZADAS
O que foi dito a respeito do batismo e humanidade, vale, igualmente, para o batismo de crianças. O batismo de uma criança é sinal da impaciência de Deus, em manifestar que cada ser humano recém-nascido é objeto do chamamento divino.
Toda criança é de Deus. Mas que acontece a crianças que morrem sem batismo? Foi dito acima que um não-batizado pode salvar-se, cumprindo fielmente a sua missão de vida e compartilhando assim, inconscientemente, na serviçalidade de Cristo. Mas, crianças não-batizadas não foram, tampouco, capazes desse "batismo de vida": Morreram antes de ter verdadeira consciência. Que acontece a elas?
Durante muito tempo tem reinado, na história da Igreja, incerteza sobre esse ponto. O motivo? Suponha-se a necessidade do batismo de água, demasiadamente de interesse individual. Santo Agostinho abre seu coração a respeito desse problema, numa carta a São Jerônimo: "Chegando à questão das penas das crianças, fico - acredita-me - profundamente angustiado e não sei absolutamente o que responder." Aconteceu isso por volta de 400. Em 1100, mais ou menos, encontramos o grande Anselmo, sempre com a mesma incerteza. Não vê como crianças não-batizadas possam salvar-se, mas prossegue: "Falei segundo a capacidade de minha inteligência, não afirmando, mas adivinhando, até que Deus, de um modo ou de outro, me revele concepção melhor. Se alguém pensa de maneira diferente, não lhe rejeites a opinião, contanto que me possa provar que sua idéia é verdadeira".
No decurso dos séculos, tem a Igreja haurido de seu velho tesouro de fé as argumentações seguintes. Viu, cada vez mais claramente que se deve aplicar a esta questão três princípios fundamentais. Em primeiro lugar, que Deus quer que se salvem todos os homens. Isto vale, certamente, para as crianças, pois o Evangelho mostra que Deus ama com amor particular. Em segundo lugar, que Cristo nasceu e morreu por todos os homens. Finalmente, que ninguém se perde, a não ser por próprios pecados, cometidos pessoalmente. À base destas três verdades, deve haver um caminho de salvação para as crianças não batizadas. Qual é este caminho, não o sabemos precisamente. Mas, o que sabemos é: Elas estão em Cristo.
CONCLUSÃO
Embora as argumentações da Igreja a respeito das questões abordadas sejam consoladoras e dignas de crédito irrestrito, ressalta-se que Ela mesma, no decorrer dos séculos, não firmou precisamente o caminho da salvação a ser percorrido pelas pessoas mortas sem o batismo, particularmente em relação às crianças. Se a Igreja foi cautelosa a este ponto, não devemos perder nosso tempo vasculhando coisas elevadas, as quais não conhecemos. Dentro disto, vale lembrar não ter sido por acaso que a questão permanecesse incerta nas Escrituras por desígnio do Senhor. Isto, por si só, amplifica nossa tremenda responsabilidade em relação ao batismo, já que estamos certos ser este o primeiro passo para a salvação da alma, através de caminhos bem definidos, estrada certa que nos leva à eternidade.
De tudo o que foi visto, não poderíamos deixar de mencionar também a questão específica dos índios, particularmente em tempos de Campanha da Fraternidade (2002). A nossa consciência, arraigada na grandiosa missão quanto ao batismo, imprescindível para garantir a salvação, reafirma nosso compromisso evangelizador, em detrimento de uma certa inversão de valores que aponta para uma filosofia, muito bonita, por sinal, de que a sociedade cristã deveria espelhar-se na vida do índio, sua cultura, seus valores, seus exemplos, etc. Tais filosofias, entretanto, que fatalmente alimentam fantasias, irrealidades e crendices, certamente não refletem o verdadeiro espírito cristão. O católico não se apega à vãs filosofias, preocupa-se tão somente com a salvação da alma, descartando todo e qualquer tipo de preceito humano advindo deste proceder.
Ora, se para a sociedade evangelizar índios significa violar sua cultura, aos cristãos anunciar a boa nova da salvação aos incultos na fé é uma obrigação prescrita na Escrituras. Para nossa tristeza existem pessoas que se dizem cristãs, ao mesmo tempo que comungam daquela errônea mentalidade. Será possível admitir o conceito de sonegação do cristianismo às nações pagãs pelo simples temor de arruinarmos sua cultura original, suas inúteis tradições, pondo-se de lado o mais importante, a salvação da alma? Estamos contemplando passivamente um povo e sua cultura como se fossem animais enjaulados em extinção, sonegando-lhes a Boa Nova por respeito humano? Agindo assim, estamos colocando em segundo plano o principal: A Ressurreição de Cristo, a Redenção.
Os santos missionários, grande parte deles mártires, enxergaram tão cristalinamente o conceito de salvação e perdição eternas, que embrenharam-se nas mais longínquas florestas e tribos para anunciar a verdade, obedientes à ordem do Senhor: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado" (Mc 16, 15-16). O amor ardentíssimo a Jesus crucificado e o zêlo sem limites pela salvação das almas é que explica o fato destes santos homens abandonarem o conforto da civilização e se transportarem para regiões inóspitas. Os nossos missionários mártires eram possuidores destas virtudes em grau heróico, como nos mostram suas condutas no meio de tantas adversidades. Mesmo prevendo o desenlace final, sacrificaram a vida terrena pela erradicação do paganismo, pela salvação das almas.
As nossas incertezas, dúvidas ou eventuais temores acêrca da sorte das almas, deixemos nas mãos do Criador, que é Misericordioso e Justo. Jesus morreu pela humanidade inteira, veio para a salvação de todos os homens. Nós católicos, no entanto, devemos fazer a nossa parte vivendo e praticando com extrema fidelidade tudo aquilo que aprendemos desde a infância. A sã doutrina, os princípios básicos da Santa Religião que nos foram transmitidos pacientemente pelos pais durante a vida, constituem o maior tesouro, a maior herança que recebemos. Não podemos reter tais conhecimentos salvíficos aos nossos filhos, aos nossos irmãos, muito menos desprezarmos os mandamentos de Deus e da Igreja, sob pena de sermos responsabilizados no dia do Juízo.

Os sete dons do Espírito Santo

No Espírito Santo, Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, reside o Amor Supremo entre o Pai e o Filho. Foi pelo Divino Espírito Santo que Deus se encarnou no seio de Maria Santíssima, trazendo Jesus ao mundo para nossa salvação. Peçamos humildemente à Maria, esposa do Espírito Santo, que interceda por nós junto a Deus concedendo-nos a graça de recebermos os divinos dons, apesar de nossa indignidade, de nossa miséria. Nas Escrituras, o próprio Jesus quem nos recomenda: "Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto" (Mt VII, 7s).
1. Fortaleza - Por essa virtude, Deus nos propicia a coragem necessária para enfrentarmos as tentações, vulnerabilidade diante das circunstâncias da vida e também firmeza de caráter nas perseguições e tribulações causadas por nosso testemunho cristão diante do mundo. Lembremo-nos que foi com muita coragem, com muito heroísmo, que os santos mártires desprezaram as promessas, as blandícias e ameaças do mundo. Com que serenidade foram ao encontro da morte! Que luta gloriosa não sustentaram! Luta não há mais para eles. Agora gozam de perfeita paz, em união íntima com Jesus, de cuja glória participam. Também nós, havemos de combater para alcançar a coroa eterna. Vivemos num mundo cheio de perigos e tentações. A alma acha-se constantemente envolta nas tempestades de paixões revoltadas. Maus exemplos pululam e as inclinações do coração são sempre dirigidas para o mal. Resistir a tudo isto requer força de vontade, combate resoluto, sem tréguas. Roguemos a Deus para que essa virtude seja nossa companheira inseparável; testemunhemos nosso amor a Deus por palavras e obras. Assim, viveremos na fé e pela fé, certos de que seremos felizes aqui e na eternidade.
2. Sabedoria - O sentido da sabedoria humana reside no reconhecimento da sabedoria eterna de Deus, Criador de todas as coisas que distribui seus dons conforme seus desígnios. Para alcançarmos a vida eterna devemos nos aliar a uma vida santa, de perfeito acordo com os mandamentos da lei de Deus e da Igreja. Nisto reside a verdadeira sabedoria que, aliás, não é um dom que brota de baixo para cima, jamais será alcançada por esforço próprio. É um dom que vem do alto e flui através do Espírito Santo que rege a Igreja de Deus sobre a terra.
3. Ciência - Todo o saber vem de Deus. Se temos talentos, deles não nos devemos orgulhar, porque de Deus é que os recebemos. Se o mundo nos admira, bate aplausos aos nossos trabalhos, a Deus é que pertence esta glória, a Deus, que é o doador de todos os bens.
4. Conselho - Hoje, mais do que nunca está em foco a educação da mocidade e todos reconhecem também a importância do ensino para a perfeita formação da criança. As dificuldades internas e externas, materiais e morais, muitas vezes passam pelo dom do Conselho, sem disto nos apercebermos. É uma responsabilidade, portanto, cumprir a vontade de Deus que destinou o homem para fins superiores, para a santidade. Para que possamos auxiliar o próximo com pureza e sinceridade de coração, devemos pedir a Deus este precioso dom, com o qual O glorificaremos aos mostrarmos ao irmão as lições temporais que levam ao caminho da salvação. É sob a influência deste ideal que a mãe ensina o filhinho a rezar, a praticar os primeiros atos das virtudes cristãs, da caridade, da obediência, da penitência, do amor ao próximo.
5. Entendimento - Há pessoas que, mesmo sem entender os preceitos da Igreja, permanecem fiéis aos seus ensinamentos; possuem o sabor pelas coisas de Deus e mesmo ignorando o vasto significado da liturgia, dos dogmas, das orações, dão testemunho de intensa devoção e piedade. Estão repletos de sabedoria, mas falta-lhes o entendimento, que resume-se na busca pela compreensão das coisas de Deus no seu sentido mais profundo. Portanto, Sabedoria não é consequência do Entendimento, ou vice-versa. Roguemos ao Senhor que nos conceda o Entendimento, perfeito complemento da Sabedoria. Por serem distintamente preciosos, nos fazem aproximar de Deus com todas as nossas forças, com toda a nossa devoção e inteligência.
6. Piedade - Nos dias de hoje, considerando a população mundial, há poucas, muito poucas pessoas que acham prazer em serem devotas e piedosas; as poucas que o são, tornam-se geralmente alvo de desprezo ou escárnio de pessoas que tem outra compreensão da vida. Realmente, é grande a diferença que há entre um e outro modo de viver. Resta saber qual dos dois satisfaz mais à alma, qual dos dois mais consolo lhe dá na hora da morte, qual dos dois mais agrada a Deus. Não é difícil acertar a solução do problema. Num mundo materialista e distante de Deus, peçamos a graça da piedade, para que sejamos fervorosos no cumprimento das escrituras.
7. Temor de Deus - Teme a Deus quem procura praticar os seus mandamentos com sinceridade de coração. Como nos diz as Escritura, devemos buscar em primeiro lugar o reino de Deus, e o resto nos será dado por acréscimo. O mundo muitas vezes sufoca e obscurece o coração. Todas as vezes que transigências fizemos às tentações, com certeza desprezamos a Deus Nosso Senhor. Quantas vezes preferimos a causa dos bens miseráveis deste mundo e esquecemo-nos de Deus! Quantas vezes tememos mais a justiça dos homens do que a justiça de Deus! Santo Anastácio a este respeito dizia: "A quem devo temer mais, a um homem mortal ou a Deus, por quem foram criadas todas as coisas?". Não esqueçamos, portanto, de pedir ao Deus Espírito Santo a graça de estarmos em sintonia diária com os preceitos do Criador.

Confissão ou Penitência

A instituição da Confissão é comprovada legitimamente dos textos que conferem o poder das chaves, poder que deve ser exercido a modo de juízo. Tal juízo, não pode ser proferido sem a prévia manifestação dos pecados, pois 1) um juízo prudente e sábio não pode ser proferido sem prévio conhecimento de causa e 2) esta não pode ser conhecida sem a confissão do penitente, visto ser ele o único que tem realmente conhecimento do próprio pecado e de sua malícia. Não se trata apenas de declarar perdoados os pecados, vistas as boas disposições do penitente. Em Jo 20, 21ss, Jesus declara que a missão dada aos Apóstolos é semelhante à que recebeu do Pai. Ora, Cristo não apenas prega a remissão dos pecados ou os declara perdoados, mas perdoa-os. Portanto, assim também os Apóstolos e seus legítimos sucessores não somente declaram o perdão, mas perdoam, realmente, em nome de Cristo: "Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos".
Durante a vida, deparamo-nos com tentações contra a pureza, que não podem ser vencidas a não ser pela fuga. "Levamos o nosso tesouro em vasos quebradiços", nos diz a Sagrada Escritura. Vidros de fina composição só com grande cautela podem ser levados juntos de uma só vez. A pureza do coração é coisa tão delicada, que só com grande cuidado pode ser conservada. Para não perder este precioso tesouro, é preciso que fujamos de todas as ocasiões, que fazem a virtude da pureza perigar. É preciso que renunciemos aos vis prazeres do mundo, não concedendo liberdade aos membros, que exigem pela natural inclinação, quer seja o amor à carne, o apego aos bens, a maldade, etc . Jesus, conhecendo a nossa fraqueza, foi extremamente bondoso ao instituir o sacramento da confissão, conferindo aos Apóstolos e Sacerdotes da Igreja, o poder de perdoar pecados. No confissionário, temos a plena convicção do perdão. Ali a alma entra doente e suja, sai sã e límpida. Infeliz do homem que dá ao mundo os seus dias da mocidade, reservando-lhe apenas o fim da vida. Ao fim da peregrinação, cada um terá de se apresentar ao Criador. Que será de nós se lá chegarmos com a alma imunda e de mãos vazias? Aproveitemos, portanto, a graça da confissão enquanto ainda caminhamos neste mundo.
Para que façamos uma boa confissão é preciso:
1. Exame de consciência e ato de contrição, ou seja, rezar e refletir sobre seus pecados.
2. Arrependimento sincero pelas ofensas feitas contra Deus e os irmãos.
3. Firme propósito de não mais pecar.
4. Confessar os pecados ao Sacerdote.
5. Cumprir a penitência imposta pelo padre ao término da confissão.

ATO DE CONTRIÇÃO (antes de confessar)

Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, Criador e Redentor meu, por serdes vós quem sois sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de vos ter ofendido; pesa-me também ter perdido o céu e merecido o inferno e proponho firmemente, ajudado com o auxílio da vossa divina graça, emendar-me e nunca mais vos tornar a ofender e espero alcançar o perdão das minhas culpas, pela vossa infinita misericórdia. Amém.

COMO CONFESSAR?

O orgulho nos leva à falsa convicção de que não temos pecados. Devemos ter a humildade de reconhecer nossas faltas e de as confessar ao Sacerdote. Não raras vezes é comum encontrarmos dificuldades em nos recordarmos dos pecados cometidos. Por ser um fato freqüente, leia os Mandamentos da Lei de Deus e siga o roteiro abaixo descrito, que servirá como um verdadeiro auxílio para revisão de vida:
EXAME DE CONSCIÊNCIA (com base nos 10 Mandamentos)

1º. Amar a Deus sobre todas as coisas.

- Tive vergonha de testemunhar meu amor a Deus;
- Fui relaxado e não cultivei minha união com Deus. Não fiz a leitura e meditação da Palavra;
- Revoltei-me contra Deus nas horas difíceis. Alimentei superstições;
- Durante o dia nunca ou raramente dirijo o pensamento a Deus. Faltei à oração de cada dia;
- Duvidei da presença de Deus em minha vida. Não alimentei minha fé;
- Não fui fiel à oração com minha esposa-esposo e filhos?

2º. Não tomar o nome de Deus em vão.

- Jurei falsamente ou jurei desnecessariamente;
- Usei o Nome de Deus ou símbolos religiosos sem o devido respeito;
- Busquei a Deus e a Igreja somente nas horas de necessidade?

3º. Guardar os Domingos e dias Santos.

- Faltei à Missa aos Domingos e dias Santos por preguiça, por conveniência;
- Vivi meu Domingo para comer, beber, dormir e ver televisão;
- Sem precisar, entreguei-me ao trabalho aos Domingos;
- Obriguei meus funcionários ao trabalho aos Domingos;
- Não usei dos Domingos para estar com minha família, para visitar alguém?

4º. Honrar pai e mãe.

- Agredi meu pai ou minha mãe com palavras, gestos, atitudes;
- Descuidei-me deles na hora da doença ou na velhice;
- Não procurei ser compreensivo com eles;
- Deixei passar longo tempo sem visitá-los;
- Por orgulho, tive vergonha de meus pais?

5º. Não matar.

- Pratiquei o aborto, fui cúmplice ou apoiei alguém que abortou;
- Usei drogas; fui além dos limites na bebida alcoólica e no cigarro;
- Não cuidei da minha saúde ou da saúde das pessoas que dependem de mim;
- Feri as pessoas com olhar, ou as agredi fisicamente ou grosseiramente;
- Alimentei desejos de vingança, ódio, revoltas e desejei mal aos outros;
- Neguei o perdão a alguém;
- Não gastei, ao menos um pouquinho de meu dinheiro, para ajudar aos necessitados;
- Pensei ou tentei o suicídio;
- Fui racista e preconceituoso, ou não combati o racismo e os preconceitos?

6º. Não pecar contra a castidade.

- Descuidei em lutar pela minha santificação;
- Não disciplinei os meus sentidos, instintos, vontade;
- Dei espaço à sensualidade, erotismo, pornografia;
- Gastei tempo e dinheiro com filmes, revistas, espetáculos e sites da internet desonestos;
- Caí na masturbação;
- Assediei alguma pessoa, induzi alguém ao pecado;
- Vesti-me de maneira provocante;
- Entrei na casa do Senhor com trajes inadequados;
- Fui malicioso em minhas relações de amizade?

7º. Não furtar.

- Aceitei ou comprei algo que foi roubado;
- Estraguei bens públicos ou de outras pessoas;
- Desperdicei dinheiro em jogos, bebidas e diversões desonestas;
- Prejudiquei alguém, usando de pesos e medidas falsas, enganando nas mercadorias e negócios;
- Explorei alguma pessoa ou não paguei o justo salário;
- Não administrei direito meus bens e deixei de pagar minhas dívidas?

8º. Não levantar falso testemunho.

- Envolvi-me em mentiras, difamações, calúnias, maus comentários, fiz mau juízo dos outros;
- Fingi doença ou piedade para enganar os outros;
- Ridicularizei ou zombei de pessoas simples, pobres e idosas, deficientes físicos ou mentais;
- Dei maus exemplos contra a Religião, na família, na escola, na rua, no trabalho?

9º. Não cobiçar a mulher do próximo.

- Alimentei fantasias desonestas, envolvendo outras pessoas;
- Deixei de valorizar meu cônjuge;
- Pratiquei adultério (uniões sexuais antes ou fora do casamento);
- Não soube desenvolver um namoro maduro e responsável, enganando a (o) namorada (o);
- Não fugi das ocasiões ou lugares próximos do pecado?

10º. Não cobiçar as coisas alheias.

- Tenho sido invejoso;
- Apoiei movimentos políticos que se organizam com o fim de invadir e tomar as propriedades alheias;
- Violei segredos, usei de mentiras, ou não tenho combatido o egoísmo;
- Sou dominador, não aceitando a opinião ou sucesso dos outros;
- Fico descontente ou com raiva diante da prosperidade material e financeira de meu próximo?

OS 5 MANDAMENTOS DA IGREJA

Participar da Missa aos Domingos e outras festas de guarda, ficando livre de trabalhos e de atividades que pudessem impedir a santificação desses dias
"A Igreja obriga os fiéis a participar da santa missa todo domingo e nas festas de preceito, e recomenda que dela se participe também nos outros dias". "Os cristãos santificam o domingo e outras festas de preceito participando da Eucaristia do Senhor e abstendo-se também daquelas atividades que impedem de prestar culto a Deus e perturbam a alegria própria do dia do Senhor ou o necessário descanso da mente e do corpo. São permitidas as atividades ligadas a necessidades familiares ou a serviços de grande utilidade social, desde que não criem hábitos prejudiciais à santificação do domingo, à vida de família e à saúde". (Itens 289 e 453)

- Confessar os próprios pecados, recebendo o sacramento da Reconciliação
pelo menos uma vez ao ano

"O Senhor ressuscitado instituiu esse sacramento quando, na noite da Páscoa, apareceu aos seus Apóstolos e lhes disse: 'Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, serão retidos' (Jo 20, 22-23)". "O apelo de Cristo à conversão ressoa continuamente na vida dos batizados. Essa conversão é um compromisso contínuo para toda a Igreja, que é santa, mas reúne em seu seio os pecadores". "Devem-se confessar todos os pecados graves ainda não confessados de que alguém se lembra depois de um diligente exame de consciência. A confissão dos pecados graves é o único modo ordinário para obter o perdão" (Itens 298, 299 e 304)
- Receber o sacramento da Eucaristia pelo menos pela Páscoa
"A Eucaristia é o banquete pascal, porquanto Cristo, ao realizar sacramentalmente a sua Páscoa, nos dá o seu Corpo e o seu Sangue, oferecidos como alimento e bebida, e nos une a si e entre nós no seu sacrifício". "A Igreja recomenda aos fiéis que participam da santa missa que recebam com as devidas disposições também a santa Comunhão, prescrevendo a obrigação de comungar pelo menos na Páscoa". (Itens 287 e 290)
- Abster-se de comer carne e observar o jejum nos dias estabelecidos pela Igreja
"A penitência se exprime de formas muito variadas, em particular com o jejum, a oração, a esmola. Essas e muitas outras formas de penitência podem ser praticadas na vida cotidiana do cristão, em particular no tempo da Quaresma e no dia penitencial da sexta-feira". (Item 301)


- Atender às necessidades materiais da Igreja, cada qual segundo as próprias possibilidades

Templos episcopais

Os templos católicos subdividem-se em subcategorias distintas e, conforme as suas características e peculiariedades é podemos determinar a categoria em que cada um deles está enquadrado, conforme veremos a seguir:
1. Basílica - Igreja de grande porte, privilegiada com relíquias de um ou mais santos, e que possua grande influência sobre determinada região geográfica ou país e seu acentuado caráter espiritual que exerce sobre religiosos e leigos de uma jurisdição eclesiástica. A Basílica de São Pedro, por exemplo, reúne estas condições e possui condição ímpar, uma vez que o Papa, como chefe da Igreja, exerce pleno poder e jurisdição eclesiástica sobre todo o mundo católico.
2. Catedral - É a Igreja episcopal, cujo dirigente maior é o Bispo que exerce sobre os Párocos das igrejas de sua diocese, repassando, com sua autoridade eclesiástica, as diretrizes firmadas pelo Papa. Nas catedrais é que são sepultados os bispos de uma determinada Diocese e esta é a condição para que uma igreja seja designada "Catedral".
3. Igreja - É um templo católico, normalmente, com qualidade de Paróquia, onde o Vigário e/ou Pároco, exercendo sua autoridade religiosa, confirma e repassa as instruções episcopais aos religiosos ou fiéis que estão sob sua jurisdição eclesiástica.
4. Capela - Templo católico que comporta, normalmente, só um altar, caracterizada pela sua modesta estrutura física, onde o padre exerce suas funções, normalmente de forma itinerante, estando subordinada e pertencendo a determinada paróquia.
5. Santuário - Igreja ou paróquia digna de apreço pelas relíquias que contém, normalmente do padroeiro de uma cidade ou Estado, pela afluência de devotos ou sinais visíveis de grandes graças daí obtidas.